Pesquisa Ibope
O destaque da manhã continua por conta do processo de fechamento de taxa de
juros na Europa, que vem dando suporte aos bonds
dos demais países desenvolvidos, e favorecendo um movimento clássico de “risk-on”, com as bolsas globais bem
suportadas, o USD mais fraco ao redor mundo e uma boa demanda por carry e pelos ativos emergentes. Na
ausência de noticias relevantes, e com uma agenda externa esvaziada, não vejo
argumentos para uma mudança de tendência dos mercados.
Brasil – A pesquisa Ibope divulgada ontem pode
apresentar pontos de vista positivos para qualquer dos 3 principais candidatos,
mas certamente consolida Marina como favorita a vitória nas eleições de
outubro. A avaliação do governo Dilma mostrou recuperação não desprezível, o
que pode ser visto como positivo para sua campanha, enquanto Aécio não perdeu
tantas intenções de voto com a entrada de Marina na disputa, e ainda se mostra
um candidato competitivo, mesmo em um eventual segundo turno contra Dilma. De
maneira geral, acredito que apenas um fato novo, e consumado, será capaz de
tirar essas eleições de Marina Silva. Até acredito que talvez tenhamos visto um
teto para o seu desempenho, mas a diferença de quase 10% contra Dilma em um
eventual segundo turno, aliado a baixíssimas taxas de rejeição de Marina (10%),
somado ao desejo de mudança do povo, colocam a candidata do PSB em posição extremamente
privilegiada. Os ativos locais já vinham trabalhando com rumores em torno
destes números para a pesquisa. Assim, não espero movimentos bruscos de
curto-prazo. Contudo, a possibilidade real e crescente de mudança política
deveria manter os ativos locais bem sustentados, a despeito de realizações de
lucros pontuais.
EUA – Ontem, o Consumer Confidence e o
Durable Goods Orders apresentaram altas superiores às expectativas, confirmando
o bom momento da economia americana. O crescimento do país parece sustentar
taxas relativamente robustas, mesmo após a forte alta do PIB do segundo
trimestre do ano. A continuidade de números nessa direção certamente irá
contribuir para que o Fed continue alterando, gradativamente, o seu comunicado.
As taxas de juros locais não estão reagindo a este cenário, simplesmente por
estar seguindo a forte queda que vem ocorrendo na Europa. Assim, acredito que a
alta de taxas de mercado pode acabar sendo pontualmente mais brusca quando o
Fed for obrigado a alterar sua comunicação/sinalização. De qualquer maneira, o
USD se mostra a cada dia mais bem posicionado para uma trajetória gradual de
apreciação, especialmente contra moedas low
yields. Dado o movimento recente já verificado, não podemos descartar
períodos de acomodação e realização de lucros, que devem ser rápidos e pouco
acentuados.
Europa – O mercado vem elevando a
probabilidade de que o ECB irá adotar novas medidas de política monetária já na
sua reunião de setembro, na semana que vem. Assim, estamos observando o bund de 10 anos a 0.90%, menor patamar
da história, o que vem dando suporte as bolsas globais e mantendo o EUR sobre
pressão. Com números econômicos que continuam surpreendendo negativamente (hoje
foi a vez do Business Confidence na França) a pressão sobre o ECB será a cada
dia maior.
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