Eleições em Foco

Os ativos de risco mantiveram, ao longo do dia, a performance que observamos durante a manhã, ou seja, as bolsas americanas fecharam próximas aos highs recentes, o mercado de juros nos países desenvolvidos se manteve nos lows deste ano, mas o USD, após leve tentativa de enfraquecimento após a divulgação do Jobless Claims nos EUA, acabou fechando próximo a estabilidade. O cenário de crescimento global “OK”, porém não excepcional, sem pressões inflacionárias aparentes no mundo desenvolvido, cria expectativas de manutenção de uma política monetária expansionista pelos principais bancos centrais do mundo ainda por um horizonte de tempo relevante, o que vem dando suporte ao mercado global de renda variável e a sustentação dos yields em patamares deprimidos.

Amanhã será um dia de agenda cheia com Empire Manufacturing, PPI e Industrial Production como destaques nos EUA. No Brasil teremos o IBC-Br na agenda.

Brasil – As vendas no varejo de junho surpreenderam negativamente as expectativas, adicionando mais um vetor de preocupação na economia. Por mais que a Copa do Mundo tenha tido um efeito grande sobre o indicador, não vejo nenhum pilar de sustentação para o crescimento local até o final do ano. As coletas diárias de preços seguem comportadas e próximas a zera, confirmando uma janela mais positiva para a inflação corrente. Este cenário deve prevalecer até o final do ano. No campo político, a corrida eleitoral está em aberto, a espera da definição de quem será o candidato do PSB a presidente. No meu cenário base, Marina Silva tomará a dianteira (probabilidade de 80%), tornando a realização de um segundo turno praticamente certa. Acredito que, economicamente falando, as ideias de Marina e sua equipe econômica sejam ortodoxam, e muita próximas as ideias de Aécio e Armínio. Assim, caso se confirme este cenário, tendo a acreditar que a situação para a reeleição de Dilma tenha piorado, e o viés para o mercado local seja positivo. Na eventualidade da ausência de Marina, as chances de reeleição de Dilma em primeiro turno se elevam exponencialmente.

EUA – O Jobless Claims apresentou leve alta esta semana, mas insuficiente para alterar o cenário positivo para o emprego americano. Fed Bullard voltou a dizer hoje que o Fed nunca esteve tão próximo a suas metas desde a crise e que o processo de normalização monetária pode ser adiantando. As Minutas do FOMC na semana que vem serão de extrema relevância para os mercados.


China - O governo chinês continua enviando sinais de que está totalmente comprometido com a sustentação do crescimento em torno de 7%. Após os fracos números de julho, divulgados essa semana, o Premier Li anunciou um “guidance” com o objetivo de baixar o custo de financiamento no país. Me parece mais um claro sinal de que a prioridade de curto-prazo será o crescimento, e não o combate a inflação, ou as reformas estruturais. Deve ser visto como mais um banco central, de uma economia relevante globalmente, que irá manter uma política monetária mais frouxa no horizonte relevantes de tempo.

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