Europa e China

A noite foi marcada por mais uma rodada de dados econômicos negativos, concentrados na China e na Europa. As prévias dos PMI´s de agosto confirmam a fraqueza dessas duas regiões, aumentando os riscos para a economia mundial. A despeito das surpresas negativas, os ativos de risco operam próximos a estabilidade, na expectativa de que os bancos centrais dessas regiões serão capazes de colocar em prática novas medidas com o intuito de dar sustentação ao crescimento.

A agenda do dia será relativamente cheia, com destaque para a Taxa de Desemprego e para o CAGED no Brasil, com Jobless Claims, Markit PMI, Philadelphia Fd e Existing Home Sales nos EUA.

Minha maior convicção neste momento é que o diferencial de crescimento da economia americana em relação ao resto do mundo ficará a cada dia mais evidente. A consequência mais direta deste cenário será um processo de normalização monetária por parte do Fed mais rápido do que o resto do mundo e do que o mercado precifica hoje. Assim sendo, acredito que podemos estar diante do começo de um processo de fortalecimento do USD no mundo. Me impressiona a solidez das bolsas mundias frente a fraqueza dos números recentes em algumas regiões do mundo, mas entendo que a postura dos bancos centrais seja um argumento relevante de sustentação dos ativos de risco. A pressão nos yields europeus estão ajudando a manter as taxas globais de juros baixas, o que tem impedido movimentos direcionais mais persistentes nas taxas americanas. Talvez, plays relativos sejam melhores neste estágio do ciclo.

China – O HSBC Flash PMI de agosto caiu de 51,7 para 50,3, muito abaixo das expectativas de 51,5 pontos. O número mostra o quão difícil será para o governo chinês estabilizar a economia em torno de um crescimento de 7%. A China precisa de cada vez mais crédito para apresentar taxas de crescimento que se mostram cada vez menores. Acredito que novas medidas serão anunciadas com o intuito de dar sustentação ao crescimento do país, mas certamente os números recentes ascendem uma luz amarela em torno da economia. Os problemas estruturais são graves e de difícil solução, e o governo tem se mostrado incapaz de sustentar a economia de maneira mais prolongada. O cenário mais construtivo de curto-prazo pode estar ficando para traz. Assim, adoto uma visão mais cautelosa para as próximas semanas.


Europa – O Flash PMI Manufacturing saiu de 51,8 para 50,8, abaixo das expectativas de 51,3. O PMI Services caiu de 54,2 para 53,5, levemente abaixo do consenso de 53,7 pontos. A região vem mostrando decepções evidentes no tocante ao crescimento, o que deverá manter o BCE sobre intensa pressão para divulgar novas medidas de expansão monetária. A possibilidade de um QE na região me parece cada vez mais real e mais próxima, o que deveria manter o EUR em tendência de queda e os bonds locais com taxas bem ancoradas.

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