Brasil
Todas as
atenções estarão voltadas para a pesquisa Ibope agendada para o JN de hoje,
assim como para o IPCA de julho, marcada para amanhã pela manhã. Uma pesquisa
Ibope favorecendo a oposição me parece hoje a única maneira de diferenciar os
ativos locais da aversão a risco que ocorre no resto do mundo ao longo de toda
essa semana. Meu viés é de acreditar que os novos escândalos da CPI da Petro
deveriam favorecer, mesmo que marginalmente, a oposição.
Juros – A mensagem
de Carlos Hamilton hoje, assim como a de Tombini e Awazu nos últimos dias, me
pareceu bastante clara: não há qualquer intenção em promover uma queda de juros
no curto-prazo. O cenário base continua sendo de juros estáveis no horizonte
relevante de tempo. Contudo, a assimetria hoje me parece de novas altas de
juros, e não uma inversão do ciclo. O movimento do BRL será determinante neste
processo. Neste ambiente, não gosto mais de estar aplicado na parte curta da
curva. Para posições buscando mudanças políticas no Brasil, prefiro o flattening, mas defensivo no atual cenário
externo, ou aplicar a parte longa da curva, via Pre Jan21 ou NTN-B longas.
Vis-a-vis o que vem ocorrendo no mercado de moedas emergentes e nas bolsas do
mundo desenvolvido, a curva longa de juros está relativamente comportada. O
Ibope será o divisor de águas para a dinâmica de curto-prazo.
Câmbio – O mercado
de câmbio é o mercado com o maior componente externo das três principais
classes de ativos locais. Como meu viés é de dólar forte no mundo, gosto de ter
posições Short BRL como hedge do juros. Interessante observar a mensagem que está sendo passada por
integrantes da equipe de Aécio, que vem ventilado que pretendem deixar o câmbio
flutuar. Assim, desenvolve-se um cenário onde, caso Dilma seja reeleita,
podemos ter uma “fuga de capitais”, e uma rápida e acentuada depreciação da
moeda. Por outro lado, caso Aécio vença as eleições, sua equipe econômica
estará diante de cerca de $90B de swaps cambias para deixar vencer, e ainda podendo adotar uma política de
recomposição de reservas. Neste caso, passado o impacto inicial de otimismo, o
BRL deverá encontrar um teto de apreciação. Em suma, a assimetria da moeda
parece ser para o lado de depreciação.
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