Consolidação

A noite foi de relativa tranquilidade para os mercados financeiros globais, mas estamos observando uma consolidação das tendências recentes hoje pela manhã. As bolsas da Ásia tiveram um dia mais negativo, lideradas pelo segundo dia consecutivo de queda dos índices na China. As bolsas da Europa e EUA operam em leve queda e o USD apresenta tendência de enfraquecimento está manhã. Os juros globais operam próximos a estabilidade.

Não acredito que houve qualquer tipo de mudança no cenário econômico global. Porém, períodos de breves realizações de lucro e acomodação do mercado são plenamente normais nos ciclos econômicos. Assim, podemos ter um breve e pontual período de acomodação das bolsas e um movimento de USD fraco, mas acredito que estes momentos devem ser vistos como oportunidades de incremento de posições. Ainda vejo o USD forte com principal tendência para os próximos meses. Estou olhando correções de curto-prazo para aumentar o portfólio Long USD contra EUR, CHF e JPY.

A agenda do dia será cheia, com dados de crédito no Brasil, além de Durable Goods Orders e Consumer Confidence nos EUA.

Brasil – Exceto pelo BRL, os ativos locais tiveram uma segunda-feira de forte reprecificação, na expectativa de que as próximas pesquisas eleitorais mostrem uma nova rodada de avanço de Marina, tanto no primeiro turno, quanto em um eventual segundo turno. Diria que após o movimento de ontem, parte deste cenário já foi precificado. Assim, as pesquisas precisarão mostrar um avanço substancial para promover uma nova rodada de apreciação dos ativos locais. O BRL, por sua vez, afetado por fluxos pontuais e pelo humor global em torno do USD, teve uma segunda-feira de desempenho pífio. Com um externo mais favorável ao USD fraco hoje, podemos ter algum alívio na moeda. De qualquer maneira, as eleições devem continuar ditando a dinâmica dos ativos locais, deixando o cenário econômico de lado. A possibilidade de derrota de Dilma, salvo por realizações pontuai de lucros, deveria manter os ativos locais ainda bem sustentados.


China – Os ativos chineses voltaram a mostrar uma performance mais negativa, desde a divulgação dos fracos dados econômicos de julho e do HSBC Flash PMI de agosto. A situação do país é realmente delicada, já que o crescimento mostra reação cada vez mais modesta as medidas implementadas pelo governo. Acredito que novas medidas devem ser colocadas em prática nas próximas semanas, dando algum suporte ao crescimento de curto-prazo. Contudo, os 7,5% de crescimento me parecem hoje mais um teto do que um piso. Assim, acredito que o viés deva ser um pouco mais cauteloso em relação ao país, ao contrário do viés ciclicamente mais construtivo que tínhamos até duas semanas atrás.

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