US Core CPI "OK". Trade War still a risk.
Mercados & Comentários:
Os ativos de risco tiveram um dia “risk-off”, marcados por quedas não
desprezíveis dos índices de bolsa na Europa e nos EUA, que acabaram contaminando as demais bolsas globais e os demais
ativos de risco.
A despeito de um Core CPI dentro das
expectativas nos EUA, o anuncio da troca do Secretário de Estado nos EUA, além
de rumores de novas mudanças na equipe da Casa Branca, e rumores de que Trump “encomendou”
medidas concretas de “retaliação” à China, com o intuito de reduzir o déficit
fiscal com o país, acabaram pesando sobre os mercados financeiros globais.
O que escrevi hoje cedo, diante da
dinâmica do dia, segue, assim, válido:
Acredito que estamos (ou estávamos?)
passando por um momento de calmaria, mas que o cenário do ano será permeado por
uma volatilidade média mais elevada do que nos últimos 2 anos. Viveremos
momentos de maior calmaria como o recente, mas teremos que conviver com
períodos de maior incerteza como em fevereiro. Este cenário permanecerá
enquanto o crescimento global estiver robusto, mas a inflação ascendente. Está
dinâmica mudará, para algum dos lados, caso um desses vetores arrefeça, e acabe
levando o mercado a uma direção mais clara. Enquanto isso,
continuo favorecendo posições mais neutras no direcional e a utilização de
instrumentos que defendam o portfólio de “riscos de cauda” ou de mudança
abrupta de cenário.
No Brasil, destaque para o movimento de “flattening” da curva de
juros. Este é um movimento normal/natural em períodos de fim do ciclo de queda
de juros. Como o cenário prospectivo aponta para uma inflação baixa e
comportada, achamos natural que os juros locais fiquem mais baixos por mais tempo.
Exatamente por isso, temos favorecido os vértices mais longos da curva real de
juros já há algum tempo (vide comentários adicionais na seção abaixo).
Dados econômicos:
Nos EUA, o Core CPI apresentou alta de 0,2% MoM e 1,8% YoY, dentro das
expectativas do mercado. O número confirma um cenário de aceleração gradual da
inflação, mas não mostra sinais mais preocupantes no campo inflacionário.
Assim, não existe, neste momento, nenhuma urgência para que o Fed seja
mais agressivo no seu processo de normalização monetária. Este pano de fundo
retira um “risco de cauda” do curto-prazo, mas não altera o cenário de uma
economia robusta, próxima do pleno emprego e com o hiato do produto fechado,
que pode causar problemas ao longo do ano.
No Brasil, as vendas no varejo de janeiro ficaram acima das
expectativas. Os números de atividade continuam mostrando uma recuperação
gradual da economia. Não há alteração no tocante ao vetor de crescimento do
país.
Agenda:
A agenda de amanhã terá o Retail
Sales e o PPI como destaque nos EUA. Hoje a noite teremos os dados de atividade
econômica na China. Qualquer sinal de desaceleração mais acentuada da economia
chinesa poderá não ser bem digerida pelo mercado. Vale lembrar que os meses de
janeiro e fevereiro são muito afetados pelo Ano Novo Lunar e a leitura dos
indicadores econômicos costuma ser poluída.
Visão & Posição:
Com a volatilidade implícita das moedas nos “pisos” recentes,
adicionamos no início da semana exposição via opções na posição comprada em EUR, cujo o
risco/retorno nos parece bastante atraente com a vol implícita abaixo de 7%.
Voltamos a reduzir nossa exposição em bolsa no Brasil ao longo
do dia de hoje, mas mantivemos a posição tática comprada em BRL (vendida em
dólar), ambas através de estruturas de opção, após os dados
do mercado de trabalho nos EUA. Após o recuo recente das volatilidades
implícitas de várias classes de ativos, vemos grandes oportunidade, e excelente
risco/retornos, em posições no mercado de opções.
No geral, não alteramos a nossa percepção de que
devemos manter um portfólio mais neutro, focado em posições e temas
específicos. O ano deverá trazer oportunidades de alocações mais táticas e
nossa visão de uma volatilidade média mais elevada deve favorecer o
posicionamento, em momentos específicos, no mercado de opções.
- Nossa maior alocação continua a ser
voltada para taxas de juros mais elevadas nos EUA. Preferimos a parte longa da
curva.
- Mantemos posições compradas em EUR
e JPY, porém vendidas em AUD. As posições foram estruturadas de forma a ter
perdas limitadas e alavancagem relevante.
- Temos um pequeno hedge através de “puts” (opções de
venda) de S&P. Reestruturamos
esta operação no início da semana.
- No Brasil, seguimos com posição na
parte longa da curva de NTN-B.
- Estamos com uma pequena posição
comprada em uma carteira de ações voltada para o mercado doméstico.
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