Dados positivos na China retiram mais um risco do curto-prazo.

Mercados & Cenário:
Os ativos de risco estão apresentando recuperação nesta manhã, após os dados de atividade econômica na China superaram as expectativas do mercado nos meses de janeiro e fevereiro. As bolsas globais e as commodities metálicas sobem e o dólar opera em queda contra as moedas emergentes e mais dependentes de commodities.

Os números mais fortes no país afastam mais um dos riscos ao cenário econômico global no curto-prazo, que seria uma desaceleração mais acentuada da economia chinesa. Além disso, mostra uma economia global ainda robusta. Os números deveriam ajudar a dar suporte aos ativos de risco no curto-prazo, especialmente para as classes que acabaram “ficando para trás” nesta recuperação dos mercados nas últimas semanas, como as commodities e EMFX, por exemplo.

De maneira geral, contudo, os números de hoje em nada alteram o pano de fundo de longo-prazo, de mercados menos direcionais e mais táticos ao longo do ano, que tenho insistido neste fórum (vide aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com.br/).

Dados Econômicos:
Destaque para os dados da China, que a Goldman Sachs resumiu da seguinte forma:

Industrial production (IP): +7.2% yoy in January to February (GS forecast: +6.0% yoy, Bloomberg consensus: +6.2% yoy); +13.0% month-over-month annualized in January to February vs December, seasonally adjusted by GS. December: +6.2% yoy, +7.4% mom annualized.
Retail sales: +9.7% yoy in January to February (GS: +9.0% yoy, consensus: +9.8% yoy); December: +9.4% yoy.
Fixed asset investment (FAI): +7.9% yoy in January to February (GS: +7.0% yoy, consensus: +7.0% yoy); 2017 full year/December single month yoy: +7.2%.
Property-related data:
Floor space sold: +4.1% yoy in January-February, vs. +6.1% yoy in December (value of sales +15.3% yoy, vs. +20.5% yoy in December).
Floor area under construction: +1.5% yoy in January to February, vs. +3.0% yoy in December.
New starts: +2.9% yoy in January to February, vs. +8.6% yoy in December.
Real estate investment: +9.9% yoy in January to February, vs. +1.9% yoy in December.

Agenda:
A destaque do dia ficará por conta do Retail Sales e do PPI nos EUA.

Visão & Posição:
Com a volatilidade implícita das moedas nos “pisos” recentes, adicionamos no início da semana exposição via opções na posição comprada em EUR, cujo o risco/retorno nos parece bastante atraente com a vol implícita abaixo de 7%.

Voltamos a reduzir nossa exposição em bolsa no Brasil ao longo da terça-feira, mas mantivemos a posição tática comprada em BRL (vendida em dólar), ambas através de estruturas de opção, após os dados do mercado de trabalho nos EUA. Após o recuo recente das volatilidades implícitas de várias classes de ativos, vemos grandes oportunidades, e excelente risco/retornos, em posições no mercado de opções.

No geral, não alteramos a nossa percepção de que devemos manter um portfólio mais neutro, focado em posições e temas específicos. O ano deverá trazer oportunidades de alocações mais táticas e nossa visão de uma volatilidade média mais elevada deve favorecer o posicionamento, em momentos específicos, no mercado de opções.

- Nossa maior alocação continua a ser voltada para taxas de juros mais elevadas nos EUA. Preferimos a parte longa da curva.
- Mantemos posições compradas em EUR e JPY, porém vendidas em AUD. As posições foram estruturadas de forma a ter perdas limitadas e alavancagem relevante.
- Temos um pequeno hedge através de “puts” (opções de venda) de S&P. Reestruturamos esta operação no início da semana.
- No Brasil, seguimos com posição na parte longa da curva de NTN-B.
- Estamos com uma pequena posição comprada em uma carteira de ações voltada para o mercado doméstico.


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