Ajustes Técnicos.


Mercados & Comentários:
Os ativos de risco parecem estar passando por um momento de ajuste de posições. Se olharmos no detalhe, os movimentos recentes se mostram mais acentuados nos ativos cujas posições técnicas se mostram pouco saudáveis.

Por exemplo, vimos hoje uma forte queda do EUR, que é uma das maiores posições compradas do mercado. Tanto o Ibovespa quanto o BRL mostram desempenho pífio nos últimos 2 dias. Estes dois ativos são “top picks” de vários fundos locais, assim como recomendações relevantes de vários “sell-sides” de bancos estrangeiros. Finalmente, vemos uma acomodação das taxas de juros nos EUA, um ativo que mostra posição excessivamente “vendida” (tomada em taxas) segundo os números recentes.

O ECB trouxe pouca informação nova ao mercado. O Banco promoveu uma pequena alteração no seu comunicado, mas que era em parte esperada. Acredito que o movimento do EUR e do mercado de juros esteja mais intimamente ligado a posição técnica do que a uma mudança expressiva de cenário.

Os ativos no Brasil continuam seguindo o humor global a risco. A curva de juros vem se mostrando bem comportada, em muito ajudada pelo cenário benigno de inflação e por dados de atividade econômica mais fracos do que o esperado nas últimas semanas. O Ibovespa e o BRL estão seguindo o humor global a risco e, nos últimos dias, parecem estar sofrendo o efeito técnico comentado no início deste texto.

Dados econômicos:
Nos EUA, o Jobless Claims subiu de 210k para 231k na última semana. O nível do indicador ainda é compatível com um mercado de trabalho extremamente robusto. Não há mudança de cenário nesta direção.

Agenda:
Amanhã teremos a divulgação dos dados de mercado de trabalho nos EUA. Acredito que o foco deverá ficar por conta do Average Hourly Earnings, ou o rendimento dos trabalhadores em um português mais simples. Caso o número venha mais forte do que o esperado, o mercado retornará a dinâmica de abertura de taxa de juros nos EUA e pressão nos ativos de risco, com o mercado interpretando que o Fed esteja “atrás da curva” nas altas de juros. Um número mais baixo poderá levar a um grande alívio dos ativos de risco e um rally mais acentuado de todos aqueles ativos que mais sofreram nas últimas semanas (Em, US Equities e afins).

Visão & Posição:
Não alteramos de forma relevante nosso portfólio. Continuamos administrando apenas os tamanhos e os instrumentos das posições, mas com os temas de investimentos inalterados.

- Nossa maior alocação continua a ser voltada para taxas de juros mais elevadas nos EUA. Preferimos a parte longa da curva.
- Mantemos posições compradas em EUR e JPY, porém vendidas em AUD. As posições foram estruturadas de forma a ter perdas limitadas e alavancagem relevante.
- Temos um pequeno hedge através de “puts” (opções de venda) de S&P.
- No Brasil, seguimos com posição na parte longa da curva de NTN-B.
- Estamos com uma pequena posição comprada em uma carteira de ações voltada para o mercado doméstico.


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