Copom & Curva de Juros
Acredito que o comunicado será relativamente parecido com o comunicado
da última reunião, ou seja, indicando que o BCB pretende encerar o ciclo de
queda de juros neste patamar, mas, caso seja surpreendido por novas baixas na
inflação, ele pode vir a reagir no futuro. Como não trabalho com surpresas
muito maiores na inflação, mesmo que o IPCA fique entre 3,5% e 3,8% este ano,
me parece que o “sarrafo” para novas quedas será mais elevado.
Dito isso, me parece que a parte curta da curva está bem precificada.
Existe algum prêmio de compressão das altas precificadas para o final deste ano
e o ano que vem, já que o FRA de 2019 encontra-se em torno de 8,2%. Contudo,
está parte da curva me parece oferecer um risco/retorno já não atrativo.
Olhando mais fora da curva, o FRA de 2020 está a 9,95%, o 2021 a 10,40%
e 2022 a 10,35%. Vejo espaço para a compressão desta parte da curva, visto que
acredito que o próximo ciclo de alta de juros deverá ser mais contido que no
passado recente, talvez levando a Taxa Selic de 6,5% para em torno de 9%. Além
disso, vejo os juros mais baixos por mais tempo, ou seja, uma Selic
permanecendo em 6,5% no horizonte relevante de tempo, o que também ajuda a
compressão das taxas desses FRA´s.
Tecnicamente, vejo o mercado um pouco comprometido. Vimos muitos
investidores voltando a montar posições relevantes neste mercado nas últimas
semanas, o que ajuda a explicar um pouco o desempenho ruim nos últimos dias.
Vale a pena ressaltar, também, que a reunião do Fed hoje poderá ter algum
impacto sobre o mercado global de juros.
Em suma, ainda vejo espaço para um bom desempenho do mercado de local de
juros, embasado em um cenário bastante positivo de inflação. Contudo, os níveis
atuais e a posição técnica merecem atenção no curto-prazo. Estou favorecendo a
parte intermediária e longa da curva e, neste momento, por prudência, prefiro a
curva real à curva nominal de juros.
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