A espera do Core CPI nos EUA.

Mercados & Cenário:
As últimas 24 horas trouxeram poucas informações novas ao cenário econômico global. Os ativos de risco, no geral, recuperaram grande parte das perdas verificadas em fevereiro nas últimas semanas, e observamos a normalização de vários indicadores de mercado, como as volatilidade implícitas.

Acredito que estamos passando por um momento de calmaria, mas que o cenário do ano será permeado por uma volatilidade média mais elevada do que nos últimos 2 anos. Viveremos momentos de maior calmaria como o recente, mas teremos que conviver com períodos de maior incerteza como em fevereiro. Este cenário permanecerá enquanto o crescimento global estiver robusto, mas a inflação ascendente. Está dinâmica mudará, para alguns dos lados, caso um desses vetores arrefeça, e acabe levando o mercado a uma direção mais clara.

Enquanto isso, continuo favorecendo posições mais neutras no direcional e a utilização de instrumentos que defendam o portfólio de “riscos de cauda” ou de mudança abrupta de cenário.
Todas as atenções estarão voltadas hoje para a divulgação do Core CPI nos EUA.

Acredito que um número abaixo de 0,2% MoM poderá dar ímpeto a um movimento adicional de “Risk-On”, em um pano de fundo de “Goldilocks”. Um número acima de 0,3% MoM irá trazer de volta o debate em torno do momento do ciclo econômico nos EUA, levando a uma rodada de alta de juros e pressão nos ativos de risco, com o ambiente de “Goldilocks” sendo mais uma vez questionado e um movimento de “Risk-Off” podendo imperar no curto-prazo.

No Brasil, o BCB vem sinalizando para mais um corte de 25bps na Taxa Selic, para 6,50%, após as surpresas positivas recentes no âmbito inflacionário. Este cenário já está incorporado (precificado) na curva curta de juros.

Dados Econômicos:
A segunda-feira não apresentou nenhuma divulgação relevante de dados econômicos. No Brasil, a pesquisa Focus do BCB mostrou mais um recuou nas expectativas de inflação para 2019, o que tem ajudado a manter ancorada a curva de juros do país.

Agenda:
O destaque do dia ficará por conta do Core CPI nos EUA (comentários na primeira seção deste texto).

Visão & Posição:
Com a volatilidade implícita das moedas nos “pisos” recentes, adicionamos exposição via opções na posição comprada em EUR, cujo o risco/retorno nos parece bastante atraente com a vol implícita abaixo de 7%.

Na sexta-feira, elevamos marginalmente nossa exposição à bolsa Brasil e iniciamos uma posição tática comprada em BRL (vendida em dólar), ambas através de estruturas de opção, após os dados do mercado de trabalho nos EUA. Após o recuo recente das volatilidades implícitas de várias classes de ativos, vemos grandes oportunidade, e excelente risco/retornos, em posições no mercado de opções.

No geral, não alteramos a nossa percepção de que devemos manter um portfólio mais neutro, focado em posições e temas específicos. O ano deverá trazer oportunidades de alocações mais táticas e nossa visão de uma volatilidade média mais elevada deve favorecer o posicionamento, em momentos específicos, no mercado de opções.

- Nossa maior alocação continua a ser voltada para taxas de juros mais elevadas nos EUA. Preferimos a parte longa da curva.
- Mantemos posições compradas em EUR e JPY, porém vendidas em AUD. As posições foram estruturadas de forma a ter perdas limitadas e alavancagem relevante. Após meses bastante positivo em janeiro e fevereiro, essas posições estão “sofrendo” nos últimos dias. Da forma que foram estruturadas, eles estão “organicamente” perdendo relevância no portfólio. Por ora, não estamos adicionando a essas posições.
- Temos um pequeno hedge através de “puts” (opções de venda) de S&P. Após o movimento recente, a posições foi substancialmente reduzida.
- No Brasil, seguimos com posição na parte longa da curva de NTN-B.
- Estamos com uma pequena posição comprada em uma carteira de ações voltada para o mercado doméstico e voltamos a ter alguma exposição comprada em Ibovespa através do mercado de opções.



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