The US economy is fine, thanks.
Após uma rodada de dados econômicos
mais negativos nos EUA a semana está
se encerrando em um tom mais positivo nesta frente. A despeito de dados do
mercado imobiliário mais fracos do que as expectativas, um setor que hoje
representa um percentual relativamente pequeno da economia, observamos dados
bastante positivos em outras frentes.
A produção industrial de fevereiro
apresentou alta de 1,1% MoM, acima das expectativas de 0,4% MoM. O JOLTS Job
Openings subiu de 5667 para 6312, um novo pico deste ciclo econômico e de
vários anos. O Michigan Confidence subiu de 99,7 para 102,0, acima das
expectativas de 99,3, também um novo pico deste ciclo econômico. As
expectativas de inflação de 1 ano do Michigan, que são dados mais voláteis,
subiram de 2,7% para 2,9%, maior nível desde começo de 2015.
De maneira geral, vejo os dados de
hoje como reforçando o cenário de uma economia dos EUA ainda saudável, com um
mercado de trabalho robusto e numa fase avançada do ciclo econômico.
Não vejo motivos para alterar meu
cenário base e as alocações de portfólio que tenho descrito neste fórum (https://mercadosglobais.blogspot.com.br/).
Interessante notar que nos últimos
dias vimos um movimento mais coordenado de fortalecimento do dólar, no que me
parece ser um misto de ajuste de posição técnica, que havia ficado
excessivamente “vendida em dólar”, com um cenário um pouco mais desafiaor, diante
dos ruídos envolvendo as tarifas de importação e a possibilidade de um Fed mais
agressivo no processo de normalização monetária.
Olhando à frente, teremos a reunião
do G20, que pode trazer informações importantes em relação a postura que será
tomada pelas principais economias do mundo diante da mudança de política
externa adotada pelo Governo Trump.
A mídia continua especulando que o
Governo dos EUA poderá anunciar, dentro de poucas semanas, medidas comerciais
com o intuito de frear o déficit comercial com a China. Por ora, as demais
economias do mundo estão adotando uma postura mais conservadora e amigável,
buscando o diálogo ao invés do embate. Caso isso mude, seja por medidas mais
agressivas dos EUA, ou por decisão das demais potenciais mundiais, podemos
entrar em uma espiral mais complicada para a economia mundial e os mercados
financeiros globais.
Na semana que vem, teremos ainda a
reunião do Fed, onde já é universalmente esperado uma alta de 25bps nas taxas
de juros. O debate gira em torno de qual o discurso que será adotado pelo
Comitê em relação a política monetária prospectiva, com o mercado debatendo
quantas altas de juros poderemos ter este e no próximo ano. A curva hoje
precifica cerca de 3 altas de 25bps este ano (o mercado especula que as altas
pode ser 4) e cerca de 2 altas de 25bps ano que vem.
O Brasil, enquanto isso, tem sido um espectador deste pano de fundo
global e os ativos do país estão meramente seguindo os fluxos pontuais e a
dinâmica externa. Salvo questões microeconômicas de resultados corporativos
e/ou movimentos de M&A na bolsa local, até a proximidade das eleições,
devemos seguir o humor externo e questões pontuais de fluxos e posição técnica.
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