Fed, Liquidity, Tech and Tariffs.

Mercados & Cenário:
Os ativos de risco tiveram uma segunda-feira de “risk-off” generalizado. O humor global a risco está sendo afetado por um misto de: Expectativa em torno da sinalização que será dado pelo Fed após a reunião do FOMC nos EUA; riscos de uma “Guerra Comercial” mais ampla; uma liquidez global mais prejudicada (vide o spread LIBOR-OIS); e ruídos (pelo menos por ora) em torno do setor de tecnologia na bolsa dos EUA. Como este foi o setor que apresentou o melhor desempenho nos últimos anos, encontra-se em nível de preços pouco triviais, com posição técnica prejudicada, e cujo impacto nos índices de bolsa acaba sendo elevado, qualquer movimento gera um desconforto maior no mercado como um todo.

Hoje pela manhã vemos alguma estabilização das bolsas globais e do dólar no mundo, em um contexto de abertura de taxa de juros nos países desenvolvidos.

A mídia está reportando que os EUA pretendem anunciar tarifas na ordem de R$60bi, em cerca de 100 produtos provenientes da China. Ainda há muita incerteza e ruído em torno do tema. Até o momento, os chineses têm optando por uma postura de diálogo e conciliação. Caso isso mude, o cenário poderá se tornar um tanto quanto complexo e negativo.

Neste momento, estamos passando por um cenário de incertezas, dúvidas e baixa visibilidade. Até por isso, vemos os ativos de risco sem tendências definidas porém com mais volatilidade. Continuo vendo este pano de fundo no curto-prazo e, talvez, ao longo de todo ano. Assim, continuo favorecendo posições em temas mais específicos e pouco direcionais, posições relativas ou posições mais táticas e em instrumentos com risco/retorno atrativos e perdas limitadas. Ontem, reduzimos nossas puts de S&P e nosso short AUD, mas mantivemos exposição a ambos os temas (vide abaixo).
Brasil, na ausência de notícias locais relevantes, continua “refém” dos movimentos globais. Vale a pena destacar, contudo, o bom desempenho do mercado de juros, em um pano de fundo local de inflação corrente e prospectiva baixas, que deverá favorecer juros mais baixos por mais tempo, uma vez que o BCB reduza a Taxa Selic para 6,50% e a mantenha neste patamar no horizonte relevante de tempo. Isso pano de fundo está favorecendo um movimento de “flattening” da curva, movimento que concordo e que estamos posicionados através de juros reais longos. Este viés deverá prevalecer, salvo movimentos globais.

Agenda:
A agenda do dia será esvazaida. A semana terá como destaque a reunião do FOMC nos EUA e a reunião fo G20 que ocorrerá na Argentina. Ao longo da semana comentaremos mais sobre estes dois eventos.

Visão & Posição:

- Nossa maior alocação continua a ser voltada para taxas de juros mais elevadas nos EUA. Preferimos a parte longa da curva.
- Mantemos posições compradas em EUR e JPY, porém vendidas em AUD. As posições foram estruturadas de forma a ter perdas limitadas e alavancagem relevante.
- Temos um pequeno hedge através de “puts” (opções de venda) de S&P. Reestruturamos esta operação no início da semana.
- No Brasil, seguimos com posição na parte longa da curva de NTN-B.
- Estamos com uma pequena posição comprada em uma carteira de ações voltada para o mercado doméstico. A posição é hoje muito inferior ao que era no final de 2017 e começo de 2018.


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