Update.

Mercados & Cenário:
A noite foi relativamente tranquila. Ainda vejo sinais de fragilidade nos ativos de risco, a despeito de operaram próximos a estabilidade neste momento (6h20 de Brasília). Vemos uma apreciação do JPY, EUR e do CHF, mas um dólar forte contra as demais moedas. Os demais ativos de risco operam próximos a estabilidade e sem tendência definida.

No Brasil, o jornal O Globo traz reportagem em que afirma que a arrecadação federal superou em R$10bi as expectativas no primeiro bimestre do ano, mas que o Governo decidiu não desbloquear recursos neste momento. O estadão diz que existe um impasse no debate em torno da Cessão Onerosa, o que está atrasando, em cerca de 60 dias, as negociações em torno do caso. Já o Valor Econômico afirma que a União Europeia poderá parar de comprar carne de frango da BRF.

O destaque da quinta-feira ficou por conta do movimento de fortalecimento do dólar no mundo e alguma pressão no mercado de commodities. Os ativos emergentes também operaram sob pressão. O movimento dos últimos dias mostra uma certa fadiga dos mercados financeiros globais, especialmente nas classes de ativos cuja posição técnica se mostra mais comprometida (USD, Treasury, EM, Commodities, por exemplo).

Continuo vendo um mercado, grosso modo, sem grandes tendências no curto-prazo. O cenário base continua a ser de um crescimento global saudável, uma inflação ascendente no mundo desenvolvido e uma normalização monetária gradual nas principais economias do mundo.

Contudo, alguns ruídos de curto-prazo parecem estar afetando o humor global a risco. O governo dos EUA se mostra instável em relação a sua equipe, a imposição de tarifas de importação trouxeram a tona o debate de uma possível guerra comercial, a LIBOR-OIS Spread segue abrindo taxa, observamos dados de crescimento mais fracos na margem e vemos sinais de que o ciclo econômico dos EUA esteja em estágio avançado (o que pode estar sendo apontada pelo “flatetning” da curva de juros do país, mas com muito debate e incerteza em relação a este tema).

Neste pano de fundo, vejo mais incertezas do que convicções no curto-prazo, o que mantém minha convicção em um portfólio mais neutro e focada em temas específicos. A utilização de instrumentos que mitiguem as perdas em cenário adversos (ou alternativos) também me parece uma postura prudente. Não alterei minha visão em relação a essas questões.

No Brasil, os últimos dias foram marcados por uma realização de lucros em praticamente todos os mercados. Juros curtos, Bolsa e Câmbio (BRL). Além do cenário externo citado acima, a posição técnica nesses ativos me parecia, de certa forma, comprometida, o que acabou dando ímpeto a estes movimentos.

O destaque, como tenho  citado ao longo da semana, acabou ficando por conta do “flattening” da curva de juros, com a curva longa de juros nominais e reais apresentando desempenho bastante positivo ao longo da semana.

Dados Econômicos:
Nos EUA, o Empire Manufacturing e o Philly Fed permaneceram em patamar robusto e consistente com um crescimento sólido da economia. o Jobless Claims se manteve em nível condizente com um mercado de trabalho aquecido.

A despeito de algumas surpresas recentes nos dados de atividade econômica, que podem fazer com que o PIB do 1Q fique (bem) abaixo das expectativas, ainda não há motivos concretos para suspeitar de uma desaceleração mais permanente da economia dos EUA.
Agenda:
A agenda de amanhã terá, nos EUA, alguns dados do mercado imobiliário, a produção industrial e o Michigan Confidence.

Visão & Posição:

- Nossa maior alocação continua a ser voltada para taxas de juros mais elevadas nos EUA. Preferimos a parte longa da curva.
- Mantemos posições compradas em EUR e JPY, porém vendidas em AUD. As posições foram estruturadas de forma a ter perdas limitadas e alavancagem relevante.
- Temos um pequeno hedge através de “puts” (opções de venda) de S&P. Reestruturamos esta operação no início da semana.
- No Brasil, seguimos com posição na parte longa da curva de NTN-B.
- Estamos com uma pequena posição comprada em uma carteira de ações voltada para o mercado doméstico. A posição é hoje muito inferior ao que era no final de 2017 e começo de 2018.


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