Melting up continues...
Este pano de fundo será
testando amanhã, com a divulgação dos dados de mercado de trabalho nos EUA. As
atenções devem se voltar para o Average Hourly Earnings (AHE). Uma aceleração
mais acentuada deste indicador me parece o único vetor capaz de frear a toada
atual dos mercados financeiros globais. Números dentro das expectativas podem
trazer novas rodadas de busca por ativos de risco.
Nesta linha, acho interessante
citar a alta de 250 mil postos de trabalho no ADP Employment. Além disso, o ADP
concedeu a seguinte declaração: “The job market ended the year strongly.
Robust Christmas sales prompted retailers and delivery services to add to their
payrolls. The tight labor
market will get even tighter, raising the specter that it will overheat"
Olhando à frente, acredito que o ritmo de criação de vagas de
trabalho nos EUA deverá arrefecer, mas ainda mantendo uma trajetória declinante
na taxa de desemprego. Em algum momento, e este momento me parece cada vez mais
próximo, dado o estágio do ciclo econômico, uma alta nos rendimentos deverá
ficar mais evidente nos dados. A velocidade deste processo quem ditará a reação
dos ativos de risco. Enquanto este processo não ocorrer, ou ocorrer de maneira
branda, o pano de fundo de “Goldilocks” permanecerá como tema central. Quando
este pano de fundo for testado, o mercado será obrigado a rever seu cenário
base.
O outro destaque do dia ficou por conta dos PMIs globais, que
mostraram aceleração, confirmando o cenário de um crescimento global bastante
forte no final de 2017. Segundo o JPMorgan:
Our global all-industry output
PMI, which tracks global GDP growth, climbed 0.3-pts to 54.4 in December. The latest reading is consistent with 3.4% annualized growth in global
GDP, exactly equal to J.P. Morgan’s 1Q growth forecast. This might sound ho-hum
but we’d note that our forecast has been revised up by 0.4%-pts in just the
past four weeks. Our global GDP nowcaster, which includes the PMI as well as
other of our proprietary global data, is tracking 3.7% global growth in
December.
Mantemos um portfólio ainda, grosso modo, comprado em ativos no
Brasil, via o mercado de juros (aplicado) e o mercado de renda variável. Além disso,
mantemos exposição tomada em juros, majoritariamente nos EUA.
Contudo, aproveitamos este forte início de ano para ajustar
algumas posições, em termos de tamanho e instrumentos, nos aproveitando das
volatilidades implícitas baixas. Além disso, começamos a montar alguns hedges
no mercado externo, buscando casos específicos que façam sentido ao portfólio e
com risco/retorno favorável.
Vale a pena mencionar que a curva curta de juros local já
precifica cerca de uma queda de 25bps no próximo Copom e mais alguns bps de
queda no Copom seguinte, tornando sua atratividade menos favorável. Vimos uma
grande demanda por estruturas de opção (IDIs) que visam juros mais baixos por
mais tempo, e quedas da Saxa Selic abaixo de 6,75%. Tenho essa visão, mas as
estruturas já mostram atratividade pior. Mantenho foco na parte intermediária
da curva, sabendo que deveremos conviver com alguma volatilidade ao longo do
ano.
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