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Os ativos de risco continuam operando em tom positivo, no que pode ser classificado em “Risk-On”, entre o “Goldilocks” e o “Reflation”. Espero a continuidade desses movimentos, até que o pano de fundo econômico seja de fato testado com uma alteração de cenário, ou quando os vetores “posição técnica” e “valuation” passem a serem impedimentos a novas rodadas de apreciação dos ativos de risco.

Por ora, nenhum desses indicadores ainda parecem se mostrar uma restrição muito grande às tendências atuais, mas a velocidade e magnitude dos movimentos recentes saltam aos olhos, e geram algum desconforto de curto-prazo (porém, mais na linha de uma acomodação pontual do que de fato uma alteração de tendência). Escrevi bastante sobre esses temas nos últimos dias (https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2018/01/dados-economicos-mantem-o-cenario.html).

Hoje pela manhã, destaque para uma leve alta do dólar no mundo, as bolsas globais permanecem bem suportadas e o mercado de juros globais apresentam leve abertura de taxas.

No Brasil, não houve notícias relevantes. Rodrigo Maia, em entrevista na televisão, manteve o discurso liberal e reformista, se colocando como possível candidato a presidente. Mantenho visão de que ainda falta muito tempo para as eleições e o próximo grande evento para os mercados locais será o julgamento de Lula em segunda instância do dia 24 deste mês.

A Folha de São Paulo divulgou algumas informações sobre o patrimônio da família Bolsonaro, que prontamente retrucou as acusações de aumento indevido de patrimônio. As matérias mostram como o “jogo eleitoral” no Brasil costuma ser uma guerra travada, muitas vezes, no campo pessoal, fugindo do saudável debate da agenda econômica e social do candidato. O vitorioso, muitas vezes, é aquele que “sabe apanhar e se levantar” e não necessariamente o melhor candidato para a sociedade...Todos aqueles que pretendem se candidatar precisam saber, e estar preparados, para este “jogo baixo” do processo eleitoral no Brasil.

O debate em torno da “Regra de Ouro” continua, mas sem ainda uma conclusão concreta. O desafio da equipe econômica é apresentar um projeto que evite que regra seja quebrada, mas não afrouxando demais as regras atuais.

A Coréia do Sul apresentou declarações de desconforto com o movimento recente de apreciação de sua moeda (KRW), o que pode estar dando ímpeto ao movimento global de hoje cedo com o dólar mais forte no mundo.

Na China, as reservas internacionais de dezembro apresentaram elevação acima das expectativas. Os números mostram um ambiente de estabilidade econômica no final de 2017. No curto-prazo, espero uma desaceleração da economia do país, mas de forma bem comunicada e administrada. Os problemas de liquidez no conglomerado HNA precisam ser monitorados. Caso virem problemas de solvência, poderemos sentir algum impacto e/ou contágio em outros mercados.

Na Alemanha, o Factory Orders apresentou leve queda (-0,4% MoM) em novembro, abaixo das expectativas de estabilidade. A despeito da surpresa negativa, o número ainda não altera os bons fundamentos da economia do país e da Europa como um todo.


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