From "Goldilocks" to "Risk-Off".

Após o acumulo de alguns sinais de mudança no cenário econômico global, mesmo que de maneira pontual (comentei aqui https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2018/01/the-winds-are-changing.html) os ativos de risco mostram sinais de fadiga do movimento de “Risk-On’/”Goldilocks” verificado neste começo de ano e começa a mostrar uma direção um pouco mais voltada ao “Risk-Off” porém liderada pelo “Reflation”, ou seja, por uma abertura de taxa de juros e um movimento mais misto do dólar. A posição técnica um pouco mais comprometida e o nível de valuation de alguns ativos pode ajudar neste movimento de consolidação/correção de curto-prazo.

Mantenho minha visão descrita neste fórum nos últimos dois dias de que vejo espaço para alguma acomodação dos ativos de risco no curto-prazo. Ainda me parece cedo afirmar que o cenário estrutural esteja mudando, mas alguns sinais merecem atenção especial e estudo redobrado. A força e a magnitude de alguns movimentos neste começo do ano me deixam um pouco desconfortável. Por ora, não vejo ainda espaço para movimentos mais bruscos de correção/realização de lucros, entretanto este quadro pode mudar caso tenhamos a soma de um quadro técnico mais comprometido, níveis de preços menos atrativos e, eventualmente, o acumulo de mais evidências contrárias ao cenário corrente como, por exemplo, dados de inflação mais elevados nos EUA.

Os dados de inflação na China, o CPI e o PPI ficaram praticamente dentro das expectativas do mercado, sem alterar o cenário para o país. Comentei um pouco mais sobre o cenário para a China na manhã de ontem e minha visão segue inalterada (https://mercadosglobais.blogspot.com.br/2018/01/alguns-sinais-merecem-atencao.html).

No Brasil, destaque para uma matéria no Valor, escrita por Ribamar Oliveira, em que aponta um forte otimismo da equipe econômica e do governo com os dados de arrecadação de dezembro. O número estaria muito acima das expectativas, mostrando recuperação ainda mais acentuada da atividade econômica. Vejo uma janela bastante positiva para a economia do Brasil nos próximos 12 a 18 meses, que só será alterada com algum choque exógeno ou um resultado muito radical nas eleições. Até mesmo as contas públicas, o grande problema estrutural do país, devem apresentar recuperação nos próximos meses, mascarando um enorme problema de longo-prazo, mas trazendo alívio de curto-prazo ao cenário.

Fora isso segue as especulações em torno das eleições presidenciais. A mídia reporta que Rodrigo Maia está se articulando para sair como candidato a presidente, assim como houve uma enorme repercussão da entrevista de Luciano Huck no programa dominical. Meirelles enfrenta grande resistência em várias frentes para se lançar de fato candidato.


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