Still a "Goldilocks/Risk-On" scenario, but keep one eye open.
Os ativos de risco retomaram a dinâmica que impera desde o começo
do ano, em um misto entre “Goldilocks” e “Risk-On”. O aumento da volatilidade
apresentada ontem, especialmente nas bolsas dos EUA, por ora, não passou de um
ajuste técnico. Neste momento, vemos novos picos das bolsas norte americanas,
além de uma nova rodada no movimento de dólar fraco no mundo.
A despeito dos movimentos de hoje estarem me surpreendendo pela
magnitude, mantenho a mesma visão que venho descrevendo nos últimos dias.
Continuo vendo espaço para o bom desempenho dos ativos de risco, em especial de
ativos emergentes, que tenho expressado através de ativos do Brasil. Contudo,
nos atuais níveis de preço, já estamos com uma posição menor, além de
instrumentos mais defensivos. Os ativos locais estão seguindo o humor global a
risco e estão susceptíveis as mudanças de fluxos e humor dos mercados externos.
De fato, ainda não vejo uma mudança clara de cenário que
justifique alterar totalmente o portfólio, mas sinais recentes não podem ser
desprezados, e precisam ser analisados e maturados nas próximas semanas.
Seguimos tomados em juros nos EUA e Long AUDJPY.
O que mais me preocupa é o consenso em torno de um cenário
tranquilo para a inflação no mundo desenvolvido e nos EUA, em especial. No
atual nível de emprego e crescimento, com a alta recente das commodities e a
queda do dólar, me parece uma questão de tempo para vermos uma aceleração mais
clara e espalhada da inflação, algo que seria surpresa para o mercado
(dependendo da magnitude do movimento).
Até o momento estes sinais e este cenário não passam de “wishful
thinking”, mas como já comentei aqui em outros momentos, o cenário não muda de
uma hora para outra. As mudanças estruturais de cenário costumam ser lentas,
graduais, movidas pelo acumulo de evidências na direção contrária ao cenário
corrente. Dificilmente observamos mudanças drásticas, rápidas e acentuadas de
cenário, na ausência de choques exógenos.
Nos EUA, a produção industrial apresentou alta superior as
expectativas em dezembro, refletindo uma recuperação mais aguda de “utilities”,
muito em função do frio acima do normal neste período. Mais importantes do que
isso, o Beige Book – uma espécie de relatório qualitativo da economia compilado
pelo Fed – mostrou um crescimento sólido, um mercado de trabalho robusto e
apertado além de sinais cada vez mais evidentes de pressões altistas na inflação
e nos salários.
Na China, continuamos a ver um aperto das condições financeiras
locais, com alta nas taxas de juros de mercado. Além disso, existem evidências
anedóticos de desaceleração em alguns setores, como o setor imobiliário.
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