Artigo - Fundos Multimercados Macro


O desafio começa agora!

Muitos de vocês sabem que sou um entusiasta por está classe de ativo, por ter sido um gestor por muitos anos e por ter diversos amigos nesta indústria.

Todavia, nesta minha “nova” função, preciso ter um olhar crítico ao cenário, as classes de ativos e aos gestores.

Os Fundos Multimercados Macro, na média, apresentaram desempenho bastante positivo de 2016 em diante, após o impeachment no Brasil.

Quando fazemos uma análise quantitativa mais profunda, vemos que grande parte desses fundos/gestores foram geradores de “alpha”, de retornos, no mercado local de juros.

O que estou tentando dizer é que o movimento de queda da Taxa Selic de 14,25% para os 6,5% atuais e a potencial ida à 5,5% (quiçá abaixo disso) nos próximos meses, foi o grande propulsor de desempenho destes gestores.

É verdade também que alguns deles geraram retornos no mercado de ações, no mercado de câmbio e nos mercados internacionais, mas estes são uma minoria bastante concentrada e, no geral, em proporções muito menor do que no mercado de juros.

Agora, com o mercado já precificando cortes adicionais de mais de 100bps na Taxa Selic, com a curva longa em torno de 7%, começa me parecer menos trivial a geração de retornos, no curto-prazo, neste mercado.

Entendo que os ciclos monetários não deixaram de existir. Teremos movimentos de alta da Taxa Selic, teremos movimentos e volatilidade no mercado de juros. Como sempre foi verdade no Brasil, este mercado costuma ser um grande gerador de retornos para os Fundos Multimercados Macro.

Vale reforçar, contudo, que é um mercado cíclico, com ciclos relativamente longos. O que estou tentando colocar aqui, é que os gestores terão que diversificar seus riscos e suas fontes de retornos. Alguns conseguirão fazer isso com sucesso, outros não.

Nosso trabalho é exatamente identificar essas tendências e esses gestores, sem que o investidor comum tenha que se preocupar com este tipo de assunto. Alocar em um fundo sem o devido respaldo quantitativo e qualitativo pode custar caro no longo-prazo e uma carteira diversificada deve ser um objetivo de todos os investidores.

Mantemos uma média de 20%-25% de alocação nesta classe, um montante que já foi muito maior no passado recente. Temos diminuído essas alocações, em detrimento aos Fundos de Ações, Fundos Long-Bias e Fundos de Crédito High Yield. Nos últimos meses, intensificamos a busca e alocação em Fundos Multimercados que estamos classificando como “Descorrelacionados”, como Fundos Long-Short, Event-Drive, Quantitativos e outros.

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