Flash News – Moderação externa. Brasil: Ao infinito e além?
A sexta-feira foi marcada pela
divulgação dos dados de mercado de trabalho nos EUA, mas também pela baixa
liquidez devido a interregno do feriado de 4 de julho.
Os números divulgados hoje nos
EUA mostraram uma criação robusta e saudável de empregos em junho, revertendo
parte da fraqueza do mês anterior:
A despeito desta recuperação, já
há sinais incipientes, mesmo nos números mais positivos de hoje, de
arrefecimento da economia, especialmente no tocante a renda, importante pilar de
sustentação do crescimento dos EUA.
Em reação ao número de hoje,
vimos uma forte elevação das taxas de juros e fortalecimento do dólar, justo em
um momento em que o mercado começava a embarcar no consenso de um dólar mais
fraco no mundo e de juros mais baixos indefinidamente.
Em relação ao dólar tenho poucas
convicções de sua direção estrutural. Em relação as taxas de juros, tendo a
achar que o movimento de hoje é de prazo mais curto. Pode durar alguns
dias/semanas, mas a tendência ainda me parece ser de taxas mais baixas
estruturalmente neste estágio do ciclo econômico.
O dia acabou sendo de realização
de lucros nas bolsas (ex-Brasil). A redução das expectativas de queda das taxas
de juros nos EUA retira um suporte de curto-prazo para os ativos de risco, mas
não retiram o fato do Fed ter disposição e algum poder de suporte através de
eventuais quedas de juros e/ou retorno ao QE. Se serão suficientes no
longo-prazo é outra história.
No Brasil, o câmbio seguiu o
movimento global de dólar forte. Os juros apresentaram “steepening” da curva e
a bolsa apresentou bom desempenho vis-à-vis seus pares internacionais.
Interessante notar como já há uma
clara performance mais positiva de setor mais ligados a economia domestica em
relação ao índice desde que a Reforma da Previdência começou a avançar no
Congresso. Hoje, por exemplo, o Ibovespa apresenta alta marginal, mas o índice
de Small-Caps sobe mais de 1%.
Sigo mais cauteloso estruturalmente
com o cenário externo, porém ainda bastante otimista com Brasil. O nível de
preços e a velocidade de recuperação dos ativos locais me incomodam, mas faz
parte do jogo...
Comentários
Postar um comentário