Daily News – Previdência, Selic, Crescimento, Europa e China.
A manhã foi agitada de informações,
então vamos aos fatos:
Não há muitas novidades relevantes
na dinâmica dos mercados, que seguem sustentados pela expectativa de atuação
dos Bancos Centrais. Nem mesmo um Core CPI acima das expectativas ontem foi suficiente
para reverter o bom desempenho das bolsas.
Vale apontar, contudo, para uma “realização
de lucros” no mercado de renda fixa, com os bonds dos países desenvolvidos
apresentando (em alguns casos forte) queda de preços e abertura de taxas. Tendo
a acreditar que este movimento é pontual e não uma nova dinâmica, mas que pode
acabar perdurando por alguns dias (talvez algumas poucas semanas) devido a
posição técnica comprometida desta classe de ativos.
No Brasil, a Câmara passou
a noite votando alguns destaques da Reforma da Previdência. Deixarei os
detalhes para um outro momento. Vale falar aqui que alguns dos destaques foram
aprovados e devem reduzir a economia total da Reforma. Não vejo como extremamente
negativo, mas pode vir a gerar algum ruído de curto-prazo nos mercados locais. Aparentemente,
o segundo turno da votação ficará para agosto, devido ao tempo limitado para
votarmos antes do recesso parlamentar.
Ainda vejo uma trajetória
estrutural da economia e dos ativos do Brasil bastante positivas, mas realizações
de curto-prazo e volatilidade podem ocorrer nos próximos dias.
As vendas no varejo divulgadas
ontem pela manhã ficaram abaixo das expectativas, mas a abertura e o
qualitativo do indicador acabou mostrando um quadro mais construtivo do que o “headline”.
As perspectivas de crescimento de curto-prazo ainda são duvidosas, mas há esperanças
de uma recuperação à medidas que a Previdência seja aprovada e o “animal
spirits” do empresariado volte a “decolar”.
O Governo deve se concentrar agora
em uma agenda focada no crescimento: https://www.valor.com.br/brasil/6341957/apos-previdencia-guedes-prepara-cruzada-tributaria
Em entrevista na noite de ontem, o
Presidente do BCB voltou a sinalizar para um ciclo de corte da Taxa Selic –
como já está precificado no mercado – mas sem dar pistas de qual o ritmo do
ciclo e seu tamanho total.
Na Europa, um primeiro sinal
positivo com uma produção industrial melhor do que o esperado (vide abaixo).
Acho natural uma acomodação da economia após vários meses de desaceleração. Ainda
é cedo para falar em estabilização mais estrutural, mas o número de hoje cria
alguma expectativa em torno deste cenário mais construtivo:
May Industrial Production M/M: 0.9% v
+0.2%e; Y/Y: -0.5% v -1.5%e (Prior MoM revised higher from -0.5% to -0.4%).
Na China, os agregados
monetários apresentaram recuperação, mostrando atuação incisiva do governo para
administrar a desaceleração de maneira mais suave. Geralmente, este tipo de
sinalização precede estabilizações do crescimento do país.
M1 growth climbed to +4,4% y/y in June,
from +3,4% y/y in May. Still pointing to a weak recovery, with a trough late
Q3-2019.
Os dados de importação e exportação
de junho, contudo, apontam ainda para um cenário bastante desafiador de
crescimento corrente:
Chinese Trade Balance (USD) Jun 50.98B (est
45.00B; prevR 41.66B; prev 41.65B). Exports (USD) Y/Y Jun -1.3% (est -1.4%;
prev 1.1%). Imports (USD) Y/Y Jun -7.3% (est -4.6%; prev -8.5%)
SouthKorea July 1-10 Exports (one more business days compared to last year) Y/Y: -2.6%. Exports to #China Y/Y: -13.2%. Semiconductor
exports Y/Y:-25.0%
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