Daily News – Avanços positivos no Brasil. Cenário de crescimento preocupante na Europa.
Após o feriado nos EUA, mas com o mercado
ainda com a liquidez prejudicada, estamos iniciando está sexta-feira em tom
mais negativo, com leve “risk-off” dos ativos de risco. Destaque para a queda das
bolsas e das commodities metálicas (preciosas e não preciosas) e para um dólar
mais fraco no mundo, mas em movimento ainda tímido.
No cenário internacional, o destaque
ficou para mais uma mês de forte queda do Factory Orders na Alemanha. O
número apresentou impressionante e acentuada queda de 2,2% no mês, contra expectativas
de queda de 0,2% MoM.
A economia alemã é importante por
seu tamanho e por sua interligação com a China/Ásia e o resto do mundo, com
corrente de comércio relativamente elevada. A queda acentuada em mais um mês
mostra uma disfunção elevada na economia e sinais de extrema fragilidade do
crescimento.
Estamos na fase do ciclo econômico
global em que o mercado se sustenta na expectativa de que os bancos centrais serão
bem-sucedidos em suportar a economia mundial e seu crescimento, e a desaceleração
recente será apenas um “mid cycle slowdown”. Isso acaba sustentando
alguns ativos de risco, como as bolsas e os mercados emergentes – via fechamento
de taxas de juros. Caso a desaceleração se mostre mais duradoura e permanente,
ou seja, um cenário de fim de ciclo econômico e eventual “recessão” global,
poderemos entrar e um ambiente muito mais desafiador para todas as classes de
ativos de risco. Ainda é cedo para termos este tipo de conclusão, mas meu viés e
de estamos migrando para este último cenário.
Como
já disse Chuck Prince, ex CEO do Citibank antes da crise de 2008: “When the music stops, in terms
of liquidity, things will be complicated. But as long as the music is playing,
you’ve got to get up and dance. We’re still
dancing.”,
ou como gosta de dizer um amigo deste fórum, “os mercados parecem estar fazendo
piquenique na beira de um vulcão ativo.
Saindo do internacional negativa e
entrando no cenário de Brasil, a Comissão Especial aprovou o texto da Reforma
da Previdência. Com trabalhos até a madrugada foram capazes de avançar na
aprovação (ou não) dos destaques, abrindo caminho para que ainda seja levada ao
plenário antes do recesso parlamentar.
Estive ontem em evento com Paulo
Guedes. É revigorante ouvir seu entusiasmo e seu projeto para o país. Não será
fácil. Será um caminho longo e tortuoso, permeado de incertezas e volatilidade.
Porém, a direção está dada e é positiva para a economia e os mercados.
O Valor de hoje traz alguns dos
projetos que foram citados pelo Ministro: https://www.valor.com.br/brasil/6333121/reforma-tributaria-e-privatizacao-sao-proximas-metas-diz-guedes.
Continuo otimista com o país e
seus ativos, vendo uma direção clara e positiva, com mudanças estrutrais que
serão percebidas ao longo do tempo. Nos atuais níveis de preço, gosto da Bolsa
local, em alguns setores e empresas específicas. Ainda tenho pouca convicção na
direção estrutural do dólar, mas entendo que o curto-prazo o cenário internacional
poderá ajudar o Real. Nos atuais níveis de preço, vejo um risco/retorno pior no
mercado de juros.
O caminho para o Brasil será longo
e tortuoso, permeado por incertezas e volatilidade. Contudo, a mudança
estrutural que está ocorrendo é brutal e será refletida no preços dos ativos
locais ao longo do tempo.
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