Daily News – Irã, Fed, Resultados Corporativos e Crédito Privado no Brasil.
Os ativos de risco estão abrindo a semana com sinais
conflitantes. Se, por um lado, vemos uma recuperação incipiente das bolsas na
Europa e nos EUA, por outro lado, ainda vemos sinais de cautela com a forte
alta do Petróleo e queda nas taxas de juros dos países desenvolvidos. O mercado
de câmbio opera sem grandes movimentações neste momento.
O destaque do final de semana ficou por conta das notícias
envolvendo o Irã. Na verdade, não há grandes novidades. A situação não apresentou
deterioração adicional, mas muito menos uma solução estrutural. A situação na
região ainda é tensa e delicada, merecendo atenção especial. O Petróleo é o
canal mais claro e óbvio de contágio ao mercado, mas com potencial de espalhamento
para outras classes de ativos.
O Fed é outro tema relevante para os próximos dias,
com o mercado, agora, precificando maior probabilidade de queda de 25bps após
as sinalizações de sexta-feira:
Ainda nesta linha, os resultados corporativos
merecem atenção no EUA. Até o momento, a temporada tem confirmando uma leve queda
de lucros. Continuo intrigado com a manutenção de valuations tão elevados com
este pano de fundo global, entendendo que seja um “equilíbrio instável”, ou uma
“manipulação de preços” por parte dos bancos centrais:
The forward 12-month
P/E ratio for $SPX is17.0. This P/E ratio is above the 5-year average (16.5) and above the 10-year average (14.8).The forward 12-month
P/E ratio for $SPX is 17.0. This P/E ratio is above the 5-year average (16.5) and above the 10-year average (14.8).
Na Coréia do Sul julho trouxe novas evidências
de desaceleração global. A economia do país, por ser muito aberta e encrostada
na Ásia, costuma ser um bom termômetro do crescimento global. Os números de
exportação são pouco animadores, para não dizer extremamente preocupantes:
No Brasil, destaque para
artigo do Valor sobre as captações privadas (https://www.valor.com.br/financas/6358649/empresas-captam-ao-menor-custo-no-exterior-desde-2014).
Tenho comentado neste fórum que
vejo o mercado de crédito privado “Investment Grade (IG” com risco/retorno ruim
e um quadro técnico preocupante. Vejo empresas, na média, com balanços
saudáveis e com condições de se alavancarem e honrarem suas dividas. Contudo, o
crescimento exponencial dos fundos de crédito IG, muitos deles (se não a sua
maioria) com resgates em D0 ou D1, com o advento das plataformas de
investimento, criaram um ambiente de excesso de demanda por esses papeis em um
momento de oferta ainda limitada.
Este ambiente é extremamente
positivo para as empresas, para os bancos que estão fazendo a emissões e para
os gestores de crédito privado. Não estou prevendo um problema grande, grave ou
eminente neste mercado mas, neste momento, vejo o risco/retorno e o técnico com
certa angústia.
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