China em Foco.
Quem me conhece sabe que comecei minha carreira
acompanhando o país e, desde então, sou um grande expectador e estudioso sobre
o tema, até pela importância para a economia mundial e os mercados globais.
Na última semana passamos uma longa tarde discutindo
o cenário econômico chinês, com nosso consultor, pesquisador do IBRE/FGV e um
dos economistas locais mais bem informados sobre China, Lívio Ribeiro.
Nossa discussão migrou para uma conclusão de que algo
mais importante e negativo, além apenas da Guerra Comercial com os EUA, está em
curso. Achamos que o mercado está excessivamente focado na Guerra Comercial,
enquanto várias questões e variáveis locais aparentam certa fragilidade e
instabilidade nos últimos meses.
Em se tratando de China, tudo é relativo e de difícil
conclusão, mas sem dúvida é um vetor que precisamos estar mais atentos nos
próximos dias, semanas e meses.
Abaixo, faço uma compilação pequena, de alguns poucos
gráficos, que confiram está tese.
Neste interim, o final de semana trouxe novidades que
apenas nos mantém mais atentos e alertas.
Primeiro, mais um banco local sofreu intervenção “estatal”,
o segundo em poucos meses e de tamanho não tão inexpressivo assim (vide aqui: https://www.zerohedge.com/news/2019-07-28/chinese-bank-100-billion-assets-bailed-out.
O ZeroHedge é reconhecidamente pessimista, mas uma boa fonte de informação.
Esta notícia sal em outros jornais, mas como precisam de assinatura, a fonte do
link era a melhor disponível para acesso de todos neste fórum).
Segundo, a instabilidade política em Hong Kong não
deixa de ser um problema para a China (vide aqui: https://www.bloomberg.com/news/articles/2019-07-28/hong-kong-police-struggle-to-contain-unpredictable-protesters?srnd=premium).
Quando a situação interna se torna mais frágil, com emprego em risco, sistema
financeiro instável e afins, este tipo de insatisfação popular acaba surgindo.
Em um régime político como o chinês, a estabilidade popular é fundamental. Este
tipo de situação tende a ser um sinal de alerta.
Contribuição do consumo em níveis baixos. A "velha china" voltou a sustentar o crescimento em cima dos incentivos do governo. Não há sinais de reação do consumo:
Importação e exportação mostram contração em relação ao ano passado. Contudo, é inegável a queda das importações vis-á-vis a maior estabilidade das exportações. Isso tendem a ser um problema de demanda interna:
Abertura dos PMIs mostra piora nos vetores da economia doméstica:
Instabilidade das taxas de juros. Governo não tem conseguido abaixar as taxas de interbancário devido aos problemas dos bancos regionais:
Emprego mostra deterioração, assim como na "crise" de 2015 e 2016:
Comentários
Postar um comentário