URGENTE!


O mundo mudou.

O título acima é sensacionalista e seu subtítulo é um clichê, e não poderia ser diferente. Nos últimos dias, 3 eventos me chamaram a atenção e me fizeram aprofundar uma reflexão que já vinha me abatendo há algum tempo.

O mundo está em constante mutação. Isso foi assim ontem, é assim hoje e será assim amanhã. Contudo, no que tange ao mundo dos investimentos, os últimos anos mostram uma transformação que não ocorria há décadas no país, sempre dominada pelos grandes bancos ou instituições financeiras.

Acredito que isso merece uma breve reflexão, que talvez não seja tão conclusiva, mas que precisa estar na cabeça de todos, como eu, que trabalham profissionalmente com gestão de recursos de terceiros, gestão de patrimônio e/ou no mundo de consultoria financeira.

Vamos aos eventos:

1 -Um dos maiores bancos do país anunciou a estreia de sua “plataforma de investimentos”, independente do banco, com suas especificidades e seus valores próprios.
2 – Uma das “plataformas de investimentos” já existentes, ligadas a um dos maiores bancos de investimentos da América Latina, anunciou taxas de administração zero em um de seus fundos de investimentos.
3 – A maior “plataforma de conteúdo” do país lançou uma campanha bombástica em que uma menina perto de seus vinte e poucos anos fala sobre sua bem-sucedida empreitada financeira desde que passou a seguir as recomendações da “plataforma de conteúdo”.

Porque esses eventos são tão importantes? Primeiro, a gestão de recursos de terceiros no país sempre foi dominada pelos grandes bancos e instituições financeiras. Isso sempre foi verdade e ainda é dominada por esses grandes “players”. Contudo, nos últimos anos, uma “plataforma de investimentos” independente, começando do zero, conseguiu se transformar em um gigante no setor. Tanto isso foi verdade, que um dos grandes bancos do país acabou comprando parte relevante da empresa.

Este evento foi transformacional no processo de democratização dos investimentos no país. O caminho foi novo no Brasil, mas basicamente uma cópia do que já havia sido feito em mercados mais maduros, como nos EUA. Os responsáveis por essa transformação merecem todo nosso respeito e admiração. É um caminho sem volta.

A partir de agora, todos buscam se colocar em uma posição capaz de não perder espaço e relevância. Acredito que existe espaço para alguns grandes “players” neste nicho, assim como em qualquer setor da economia e da sociedade. O segredo será como agregar valor em um mundo em transformação.

Aqui, conseguimos fazer o link para o segundo tema. A sociedade, os investidores, estão em busca de novos serviços, uma maneira diferente de se relacionar com seu dinheiro e seu patrimônio.

Se, no passado, era suficiente ter fundos passivos, a qualquer taxa, pois o tamanho da instituição, sua placa, seu canal de distribuição (agências bancárias) eram suficientes para manter a liderança, as margens elevadas e seus lucros, isso hoje está muito longe de ser verdade.
A nova geração, seja ela a “Geração X”, ou a “Geração Y” (e assim por diante), está em busca de agilidade, tecnologia e rentabilidade. Na minha visão, a tecnologia, “o digital”, é um instrumento importante, um veículo essencial, mas não pode ser o único motor de sustentação deste novo ambiente. Gerações mais antigas ainda prezam pelo atendimento personalizado, pelo “calor humano”. Assim, é importante se posicionar no nicho correto, com as ferramentas corretas e com a comunicação correta (voltamos a este ponto em breve).

O que tenho certa convicção, é que o modelo do passado, de taxas elevadas, serviço ruim, e foco na placa e nos canais convencionais de distribuição estão fadados ao fracasso. A redução para ZERO nas taxas de administração de fundos “passivos”, fundos sem necessidade de uma gestão especializada ou personalizada, mostram que o foco do gestor de recursos ou de patrimônio precisa estar no serviço, nos instrumentos, na tecnologia e não somente em produtos simples. Aquelas empresas que insistirem apenas neste ponto estão fadados a serem engolidos pelo mercado, com redução de margens, redução de lucros e perda de patrimônio.

Finalmente, voltando ao ponto da comunicação, do conteúdo, já ficou mais do que evidente que uma comunicação “sensacionalista”, um marketing agressivo, é sim um caminho de sucesso empresarial. Não estou aqui entrando no mérito de avaliar esta ou aquela empresa, e muito menos fazer juízo de valor de seu modelo de negócios. Estou apenas avaliando um modelo de comunicação, que pelos números que mostram na “nova economia” das mídias sociais, já se provou rentável e de sucesso, e passou a ser copiada por muitos outros.

Pode até ser que nem todos estejam dispostos a enveredar por este caminho, e nem seja um nicho que atinja toda a sociedade de investidores, mas de fato a comunicação, a geração de conteúdo é um vetor importante para se posicionar nesta “nova ordem” de investimentos no Brasil.

Estou longe de ser um especialista nessas reflexões acima. Sou quase que um analfabeto tecnológico, mas um grande entusiasta do tema. Estou a milhas de distância de ser um grande gerador de conteúdo ou formador de opiniões, mas um grande entusiasta da evolução do mercado nesta frente.

Temos que agradecer aqueles que foram corajosos o bastante para iniciar estas rupturas que, na minha visão, mudaram o mercado para melhor para todos nós (mesmo que haja controvérsias). Precisamos estar preparados para essa nova economia e essa nova maneira de investir.


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