Ruídos locais e externos podem trazer volatilidade!
Os
ativos de risco estão dando continuidade aos movimentos de ontem, ainda digerindo
a decisão e as sinalizações do FOMC nos EUA. Reforço que:
O
mercado pode ficar com a impressão que o Fed saiba alguma coisa que o mercado
não sabe em relação a desaceleração da economia.
A
decisão de hoje, na minha visão, ajuda a abrir uma janela para um dólar mais
fraco no mundo. Tenho insistido nesta tese já há algumas semanas. Gosto do JPY e CHF. Gosto de compra de
vol de EUR, como sinalizei na manhã de ontem (aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2019/03/eur.html).
Vejo um cenário de taxas mais
baixas, dólar mais fraco e, eventualmente, algum “cap” na bolsa.
Vale lembrar
que Trump afirmou ontem que pretende manter as tarifas de importação para a
China, mesmo que um acordo seja assinado (vide aqui: https://www.bloomberg.com/news/articles/2019-03-20/trump-says-tariffs-will-stay-on-until-china-complies-with-a-deal?srnd=premium).
A mídia
internacional traz essa manhã muito debate em relação a posição do Fed e sua
mudança de postura relativamente agressiva em pouco tempo, o que está em linha
com meu comentário da tarde de ontem, que reproduzi acima (aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2019/03/fomc-e-copom.html).
No
Brasil, dia de ruídos políticos, com Maia voltando a reclamar da articulação
política do Governo. A proposta de reforma dos militares não foi muito bem
recebida pelo Congresso, pelo menos por ora (vide aqui: https://www.valor.com.br/politica/6172561/congresso-reage-com-criticas-proposta-enviada-por-governo
e aqui https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/03/bolsonaro-beneficia-militares-e-desagrada-a-base-no-congresso.shtml).
O
embate entre Moro e Maia também não ajuda o humor político (aqui: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/03/cobranca-de-moro-na-madrugada-causou-reacao-de-maia-a-ministro.shtml).
Voltando
a decisão do Copom, acredito que o mercado de juros possa mostrar alguma
realização devido a pouca sinalização dada pelo “novo” Comitê. Ainda vejo espaço
para o debate em torno da possibilidade de quedas adicionais nas taxas de
juros, mas é natural esperar algum tipo de acomodação dado a baixa visibilidade
do comunicado divulgado ontem, mesmo que marginalmente mais “dovish”.
De maneira geral, desenha-se um cenário de
realização de lucros no exterior e de correção para os ativos do Brasil no curto-prazo.
Ainda vejo este processo de negociação
como natural dentro do ambiente político e democrático. O governo continua em
uma curva de aprendizado. Contudo, precisamos sempre lembrar que o risco no Brasil
sempre foi de excussão do projeto de agenda liberal e este risco ainda está
presente.
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