Brasil: Voltando aos eixos.
Os
ativos de risco apresentaram ontem um dia de recuperação. O movimento teve
continuidade esta noite, cm um bom desempenho dos índices de bolsa na China. Os
ativos de risco operam próximos a estabilidade essa manhã.
No campo
internacional, o dia ontem foi de poucas novidades, com destaque para o Jobless
Claims, que mostrou um quadro de mercado de trabalho ainda robusto e saudável
nos EUA. De fato, olhando tudo o que acontece no mundo neste momento, a
economia norte americana ainda parece a mais saudável dentro os principais centros
do mundo. Me preocupa um pouco a possibilidade de o “delta” de desaceleração
começar a ser maior mas, por ora, ainda vemos sinais mistos e uma economia que
apenas desacelera para níveis de crescimento mais brandos porém ainda saudáveis,
compatível com o cenário base e não um cenário alternativo de maior risco para
os mercados.
No Brasil,
a quinta-feira foi de arrefecimento dos ânimos e da crise política, com sinais de
“cessar fogo” tanto do lado do Executivo como do Legislativo. O Governo agora
se empenha em avançar o debate da Reforma da Previdência. A PEC na CCJ já tem
um relator, Paulo Guedes irá na Comissão e parece tomar a dianteira na
articulação política.
Os
ativos locais apresentaram forte recuperação. Reforço o que venho falado há alguns
dias (aqui:
Mantenho minha visão que o governo
está em uma curva de aprendizado, que o processo de aprovação da agenda
econômica liberal será longo e tortuoso, mas ainda não há mudanças substancias
de cenário.
Em termos econômicos, a baixa
velocidade de recuperação do emprego e do crescimento me preocupam, mas os
demais vetores da economia seguem ciclicamente positivos (inflação baixa, juros
baixos, contas externas saudáveis, contas publicas mais tranquilas no curto-prazo
e afins).
O relatório de inflação divulgado
ontem mostrou que se mantém o cenário de taxa Selic estável no horizonte
relevante de tempo, ou seja, juros baixos por mais tempo.
Continuo cauteloso com o cenário
externo, porém construtivo com o cenário local. Acredito que a posição técnica
tenha melhorado bastante nos ativos locais nos últimos dias e o nível de preços
ficou mais atrativo. Dado o cenário externo, estou começando a gostar bastante
da posição de juros reais longos no Brasil. Gosto do “kit Brasil” como um todo,
mas tenho receio que uma virada dos ativos externos, para uma dinâmica mais
negativa, venha a afetar a bolsa e o câmbio ainda mais. Mantenho recomendação
de posições em ativos locais contra hedges internacionais.
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