Copom, FOMC, Reforma da Previdência, sinais negativos do setor corporativo global e posição técnica.


Os ativos de risco apresentaram ontem uma leve correção no final da tarde, no Brasil e nos EUA. A despeito de um desempenho levemente negativo na Ásia e na Europa, na esteira da realização de ontem, os futuros nos EUA apresentam recuperação essa manhã.

O dia será marcado por dois eventos importantes, muito menos pelas decisões em si, que já são esperadas e consensuais, e muito mais pelas sinalizações que esses eventos podem gerar.

Nos EUA, teremos a reunião do FOMC. Já é esperado que a política monetária fique estável e o Fed sinalize para uma pausa prolongada em seu processo de normalização monetária. Contudo, há grandes expectativas para que o Fed indique como e quando irá encerrar o processo de redução de seu balanço. Qualquer decisão diferente desta pode ser vista como negativa pelo mercado.

No Brasil, teremos a primeira reunião do Copom “sob nova direção”. Não é esperado nenhum anuncio de mudança da Taxa Selic, mas há grandes expectativas para sinalizações de que haja espaço para cortes adicionais caso o cenário atual persiste. As surpresas negativas de crescimento, o hiato do produto aberto, a inflação baixa e as discussões em torno da reforma da previdência podem abrir espaço para cortes adicionais na Taxa Selic, está é a expectativa crescente de grande parte do mercado.

No tocante a Reforma da Previdência, Bolsonaro divulgou artigo no Valor Econômico de hoje defendendo a Reforma (https://www.valor.com.br/opiniao/6169675/o-caminho-das-reformas). É bastante positivo ver o empenho do Presidente em torno do tema.

A Reforma dos Militares ainda gera controvérsias, mas o debate está caminhando de certa forma fluida (https://www.valor.com.br/politica/6169859/plano-de-aposentadoria-dos-militares-provoca-polemica).

Continuo vendo com bons olhos todo o debate em torno da reforma da previdência. Vejo como natural o debate e os ruídos em torno do tema.

No plano internacional o resultado da Fedex ontem nos EUA apontou para uma economia global ainda fragilizada. A ação caiu cerca de 4% no “after-market”. Na noite de hoje, vimos sinalizações na mesma direção de algumas empresas globalizadas, como foi o caso da Nissan, que cortou sua projeção de venda de automóveis na China, e da Samsung, que sinalizou para uma desaceleração de seus lucros derivada do menor crescimento global. São sinais negativas em meio a está recuperação do mercado.

No quesito técnico, pesquisa mensal realizada pela Merrill Lynch mostrou um quadro técnico bastante positivo, “leve”,  o que explica parte relevante da recuperação dos ativos de risco ao longo deste ano. Vide aqui: https://www.zerohedge.com/news/2019-03-19/big-fat-buyers-strike-20-traders-557-billion-boycott-market.

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