Final de semana de notícias mais construtivas.


O final de semana trouxe um fluxo de notícias mais positivo, com continuidade da melhora no diálogo (ou pelo menos sinais de melhora) na articulação política no Brasil e uma recuperação do PMI Manufacturing de março na China. Comentei sobre esses dois eventos mais cedo e os reforço aqui:

Mercados:

No Brasil, a minha sensação é de que a posição técnica melhorou bastante na semana passada e com o fluxo de notícias local e externo podemos voltar a uma tendência positiva para os ativos do Brasil.

Continuo vendo risco de implementação da agenda liberal e das reformas econômicas, mas não mudanças substanciais de cenário para o país.

No tocante ao cenário externo, com o PMI da China devemos manter o interregno benigno e um pano de fundo de “goldilocks”. A estabilização do crescimento global, se confirmada, tirá alguns riscos relevantes de curto-prazo.

Ainda tenho uma visão mais cauteloso de médio-prazo, pois acho que estamos em um estágio avançado do ciclo econômico, mas a postura dos bancos centrais deve dar alguma sustentação de curto-prazo, impedindo uma dinâmica de crise mais aguda, por ora.

Risco:

Nem tudo são flores no cenário. A situação da Turquia segue complicada, há incertezas crescentes na Argentina e a situação do México demanda cautela. A Venezuela despensa comentários adicionais.

Contudo, enquanto prevalecer o cenário descrito acima (e abaixo), essas questões serão vistas como pontuais e localizadas. Apenas um aperto maior da liquidez global, por ora evitando pelos Bancos Centrais, ou uma desaceleração mais acentuada do mundo, podem voltar a colocar essas questões como problemas maiores aos ativos de risco como um todo.

De qualquer forma, não sinto muito conforto no nível de preços e valuations de alguns (vários) ativos no exterior, a despeito de ainda ver valor em alguns ativos emergentes e no Brasil em especial.

No tocante ao Brasil, de fato o crescimento preocupa pela velocidade baixa de recuperação. Indicadores de atividade econômica (indicadores de confiança) e emprego na sexta-feira voltaram a mostrar fragilidade do crescimento. Isso pode ser um problema em algum momento caso a agenda de reformas ou o cenário externo venham a ser revertidos.

Brasil:


Escrevi sobre o cenário local recente no final da semana passada. A notícia vai na mesma linha:


China:

PMI Manufacturing da China em março acima das expectativas, acima de 50 pontos e com uma abertura qualitativa saudável.

Era este tipo de indicador e estabilização que o mercado vinha esperando após as medidas recentes de estímulo.

Deve ser visto como positivo, reduz um pouco minha preocupação de curto-prazo com o cenário internacional (não a cautela de medio-prazo) e deve dar sustentação aos ativos de risco, em especial aos ativos emergentes e mais dependentes da demanda chinesa.




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