Crescimento global (Europa) assusta. Quadro político piora no Brasil.
Após
uma quinta-feira de forte alta nas bolsas dos EUA, que acabou ajudado outros
ativos de risco ao redor do mundo (exceto no Brasil, como já comentado ontem
aqui, https://mercadosglobais.blogspot.com/2019/03/atualizacao.html),
a sexta-feira está abrindo com viés negativo.
Destaque
absoluto para as prévias dos PMIs na Europa. Os números, em especial na
Alemanha, apresentaram forte queda. O PMI Manufacturing, por exemplo, caiu de
48.0 para 44.7 pontos, patamar muito abaixo das expectativas e que aponta para a
continuidade de um processo de contração da economia. New Orders, um indicador
prospectivo de crescimento, saiu de 42.2 para 40.1 pontos, patamar condizente
com uma recessão no país.
Como a Alemanha
é uma economia aberta e exportadora, os números de hoje sinalizam para um
quadro extremamente preocupante de crescimento ao redor do mundo, em especial
na Europa e na Ásia/China. A despeito de sempre ser complicado analisar um
número apenas, a desaceleração dos indicadores já parece ter virado uma tendência
que dura desde o último trimestre do ano passado, não parece ser apenas uma questão
pontual ou localizada.
No
Brasil, a mídia afirma que a interlocução do Governo e do Congresso ainda é um
desafio (vide aqui: https://www.valor.com.br/politica/6174647/maia-se-distancia-da-articulacao-da-reforma).
A articulação do Governo no campo político ainda parece insuficiente pelos
sinais emitidos pelo Congresso.
Tudo
indica que manteremos um quadro de volatilidade dos ativos com potencial de realizações
adicionais de lucro no curto-prazo, como
venho alertando desde a manhã de ontem (aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2019/03/ruidos-locais-e-externos-podem-trazer.html).
Continuo
extremamente cauteloso e preocupado com o quadro global. Mantenho esperança e
otimismo com a possibilidade de avanços na agenda de reformas do Brasil, mas
sabendo que será um processo longo e tortuoso.
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