Sem luz no fim do túnel?
Como está semana marca o final do mês, não teremos
nosso relatório semanal. Divulgaremos os relatórios mensais assim que encerrado
o mês no meio da semana.
A segunda-feira foi novamente de forte pressão nos
ativos de risco globais. Os ativos no Brasil não aguentaram a pressão externa e
acabaram seguindo o humor global a risco em direção mais negativa.
Acredito que 3 vetores expliquem a continuidade do
movimento negativo nos ativos de risco, além de todos aqueles já tratados neste
espaço nos últimos meses (veja aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/10/algumas-coisas-mudaram.html):
1 – Os eventos no México trouxeram de volta a tona
os riscos inerentes as economias emergentes e seus ativos (veja aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/10/uma-palavra-sobre-o-mexico.html). Por mais que a
situação no país seja muito específica, em período de seguidos problemas na
classe emergente (Argentina, Turquia, México e etc) este tipo de questão traz
apenas incerteza e pode estimular fluxos negativos para a classe como um todo,
em especial de fundos globais dedicados.
2 – Nos EUA, o Core PCE apresentou alta de 0,2% MoM
e 2% YoY em setembro. O número mostra uma inflação na meta do Fed. Ao contrário
de outros períodos de instabilidade dos mercados financeiros globais, o momento
atual, pelo menos por ora, ainda não parece ensejar uma mudança de postura por
parte do Fed. Assim, a normalização monetária, que tem sido um dos (senão o
principal) vetor de restrição ao bom desempenho dos ativos de risco ainda se
fará presente nas próximas semanas, quiçá meses e anos.
3 – Segundo a Bloomberg, os EUA pretendem levar
adiante a taxação adicional de importações da China, caso a reunião de Trump e
Xi não traga evoluções no entorno do G20. Conhecendo a cultura chinesa, não me
parece que este tipo de pressão irá ajudar nas negociações.
Assim, temos que alguns dos principais vetores de
pressão negativa nos ativos de risco ainda se fazem presentes. É verdade que os
preços estão mais atrativos e a posição técnica parece cada vez mais saudável. Contudo,
por ora, este quadro só está permitindo “rebounds” curtos e pouco acentuados.
Apenas o endereçamento das questões acima, e daquelas antes comentadas neste
fórum, serão capazes de reverter este quadro de maneira estrutural.
No Brasil, o cenário internacional (escrevi sobre
isso aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/10/as-arvores-e-floresta-forte-sell-off-na.html?q=floresta),
aliado a posição técnica ruim dos fundos locais e a ausência de fluxo dos
estrangeiros ajudou os ativos locais a apresentarem uma dinâmica extremamente
negativa (vide aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/10/perspectiva-externa-e-posicionamento.html).
Continuo bastante preocupado com o cenário externo.
No ambiente local, estou mais otimista com a perspectiva de avanços econômicos.
De qualquer maneira, meu portfólio continua com bastante hedge e com mais
posições relativas do que direcionais, mesmo no Brasil.
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