As arvores e a floresta. Forte sell-off na China.


Hoje é dia de feriado nos EUA. O mercado de renda fixa não irá funcionar, mas o mercado de renda variável funcionará normalmente. Quando analisamos o cenário para os mercados globais, precisamos ter em mente o panorama global, da floresta, sem perder de vista o panorama local, das arvores. No geral, o que ocorre na floresta costuma ditar o ritmo de longo-prazo do que ocorre nas árvores, mesmo que os eventos locais, nas árvores, tragam movimento pontuais e de curto-prazo em partes da floresta.

As Arvores – Brasil: Jair Bolsonaro se saiu do primeiro turno como franco favorito. Além de uma expressiva votação próxima a 47% dos votos válidos, o PSL conseguiu emplacar 50 deputados, a segunda maior bancada da Câmara. Vimos um fenômeno gritante da sociedade votando à direita em vários estados do país.
Bolsonaro inicia sua caminhada no segundo turno como favorito. O PT terá pela frente um desafio de reverter este quadro, mas saindo de uma base importante no Congresso, onde, no mínimo, poderá desempenhar seu papel de oposição, o que sempre fez com muito acirramento.
Acredito que os ativos de risco irão reagir de maneira positiva a este evento (comentei mais a fundo sobre cada classe de ativos aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/10/vamos-falar-mais-de-investimentos-e.html.
Na minha visão, uma vez confirmada a eventual vitória de Bolsonaro em segundo turno, ou seu amplo favoritismo, existe espaço para uma “lua de mel” entre seu governo e o mercado, já que sua equipe econômica irá buscar uma agenda positiva em um primeiro momento, mesmo que sua implementação seja difícil.
A melhora dos ativos locais, contudo, será cerceada pelos eventos globais, ou a floresta.
A Floresta – Externo e China: Mesmo com um agressivo corte de compulsório (vide aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/10/china-corta-compulsorio-agressivamente.html), os ativos da China retornaram do feriado sobre forte pressão. As bolsas locais caíram cerca de 3%, com depreciação da moeda (CNY). Os demais ativos da Ásia e dependentes da demanda da China, como as commodities metálicas, operam sobre forte pressão neste momento.
Eu imaginava que está dinâmica poderia ocorrer em um segundo momento, como tenho escrito neste fórum há meses, mas pensava que o corte de compulsório pudesse dar algum suporte de curtíssimo-prazo. Isso não ocorrendo me leva a crer que a situação do país seja mais complicada e delicada do que o imaginado anteriormente, especialmente diante de um novo quadro estrutural do mundo, com aperto das condições financeiras e “guerra comercial”.



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