Cenário internacional continua desafiador. Ambiguidade na agenda local de reformas.
Os ativos de risco estão abrindo a
semana sobre forte pressão, após mais uma noite de dinâmica desfavorável na
Ásia, com quedas relevantes nos índices de bolsa do país.
Na sexta-feira comentei sobre os
índices de bolsa dos EUA, aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/10/sobre-bolsa-norte-americana.html.
No sábado falei um pouco sobre fluxo de notícias, ainda negativo, aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/10/algumas-reflexoes.html.
Podemos adicionar ainda, ao último link,
o adiamento do prazo para o acordo em relação ao Brexit, na Inglaterra, o que
está trazendo instabilidade e incerteza a finalização do processo.
Na Alemanha, as eleições na Bavária
trouxeram uma grande derrota ao partido de Angela Merkel, colocando sua
liderança em xeque, na maior economia da Europa.
No Brasil, as sinalizações recentes em
relação ao projeto econômico de um possível, e cada vez mais provável, governo
de Bolsonaro, nos últimos dias, se mostram ambíguas. Recentemente, ouvimos sinalizações
menos assertivas em relação ao projeto amplo de privatizações, uma certa ambiguidade
no que diz respeito a reforma da previdência e assim por diante.
Eu continuo sendo da opinião de que
será mais fácil este governo aprovar questões menos impopulares, como medidas
de desburocratizações e simplificação tributária, que tem impacto imediato e
positivo sobre o setor corporativo e o crescimento. As medidas mais impopulares
e estruturais, urgentes para o futuro da economia, contudo, demandarão um
esforço adicional e um apoio quase que irrestrito do Congresso, algo que não
tenho certeza que teremos a priori,
ou que, neste momento, não tenho certeza da real disposição deste eventual novo
Governo em executa-las.
Contudo, em um ambiente global mais
desafiador, de menor liquidez, reforço que acredito que o país não tenha tempo
para colocar em prática um projeto de ajuste econômico mais lento e gradual.
Nossa vizinha Argentina buscou esse caminho e o tempo mostrou que a estratégia
estava errada. Na minha opinião, o nível a que chegamos de dívida/PIB e de
déficit fiscal demanda uma resposta rápida, acentuada e convicta dos novos
administradores, ou a “lua de mel” do mercado poderá ter seu tempo encurtado.
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