Brasil: Equipe de Bolsonaro dá pistas de como será o seu governo.


Os ativos de risco estão abrindo o dia na mesma toada que já virou regra nas últimas semanas, porém com movimentos menos bruscos neste momento. Abertura de taxa de juros no mundo desenvolvido, queda das bolsas e dólar forte. Por mais um dia, as bolsas da China ameaçaram uma recuperação, mas acabaram fechamento próximas a estabilidade, a despeito de leve apreciação da moeda.
A agenda do dia terá o PPI como destaque nos EUA, com o Core CPI agendado para amanhã.
Nos últimos dias vimos o Paquistão pedir ajuda ao FMI, seguindo os passos da Argentina, vimos novos sinais de desaceleração da economia global ex-EUA, não vimos avanço na situação da Itália, e vimos novos sinais de uma inflação mais elevada ao redor do mundo. Em linhas gerais, reforçando o cenário ainda desafiador que tenho descrito neste fórum.
No Brasil, a entourage do candidato a presidente Jair Bolsonaro, e o próprio candidato, deram pistas, nas últimas 24 horas, do que pretende ser seu governo. Após ser repreendido por Bolsonaro no Jornal Nacional, seu candidato a vice disse que não é acéfalo e continuará dando seus palpites e opiniões. Seu potencial articulador político, referendado pelo candidato, afirmou que “essa reforma da previdência” apresentada pelo Governo Temer não será votada e que pretendem apresentar outra reforma, mas sem entrar em detalhes de qual reforma será.
Minha visão continua sendo de que a despeito destes tipos de ruídos, existe uma intenção de agenda econômica propositiva, liberal e reformista, que deverá ser abraçada pelo mercado em uma espécie de “lua de mel” em um primeiro momento. A médio e longo-prazo, acredito que a realidade local e externa irá se impor e a implementação desta agenda se mostrará mais difícil e turbulenta do que o imaginado anteriormente.
Neste momento, estou pendendo a acreditar que a agenda que independe do Congresso, ou de uma maioria de 2/3, tem mais chances de avançar, assim como o projeto de simplificação e desburocratização da economia que vem sendo sinalizado por Paulo Guedes. A agenda de reformas mais estruturais e que são um imperativo para o longo-prazo, contudo, deverá apresentar mais resistência por parte de sua nova base no Congresso.
Contudo, como o país urge por reformas dado a elevada dívida/PIB, é natural que, em algum momento, está situação cobre o seu preço.
Continuo vendo o mercado de renda variável como o melhor ativo para se alocar em Brasil neste momento. Os valuations parecem atrativos, as empresas desalavancadas e o mercado com baixa exposição. Nos atuais níveis de preço, já não vejo prêmio na curva de juros e no câmbio. Continuo achando a inflação implícita extremamente baixa.

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