Risk-off!
Não há nada de
fundamentalmente novo no cenário global, mas os ativos de risco estão abrindo a
terça-feira com viés negativo, mantendo a mesma dinâmica e trajetória que está
virando regra, ou seja, a abertura das taxas de juros nos EUA está colocando
pressão negativa nas bolsas globais e nos demais ativos de risco.
Na China, os mercados
locais ameaçaram uma recuperação após o forte sell-off de ontem, mas acabaram fechando muito próximos a
estabilidade, o que me parece um sinal negativo, pois mostra fragilidade e ausência
de sinal de estabilização mais duradoura.
Na Itália, o debate em
torno das contas públicas do país continua, sem sinal de consenso ou de acordo
junto a União Europeia. Os títulos públicos locais de longo-prazo continuam operando
em queda, com forte abertura de taxas, nos níveis de taxa mais elevados deste
ciclo econômico.
No Brasil, os dois
candidatos a presidente concederam curta entrevista ao Jornal Nacional da TV
Globo. Não vi nada no evento que altere o quadro eleitoral que, neste momento,
favorece uma vitória de Bolsonaro, mesmo que por margem apertada.
Acredito que no
curto-prazo os mercados locais devem continuar a viver uma “lua de mel” com um
eventual governo de Bolsonaro, pois sua equipe tentará trazer uma agenda
econômica positiva e propositiva. Ao longo do tempo, contudo, algum tipo de
ruído e volatilidade pode ocorrer, seja por pesquisa eleitoral, seja pelo
cenário externo. A longo-prazo, os desafios para a implementação da agenda de
reformas no país deverão ser gigantescos.
Nesta linha, a Folha de
SP traz artigo que comenta um eventual governo de Bolsonaro: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/10/bolsonaro-ja-busca-executivos-do-setor-privado-para-governo-e-estatais.shtml.
O Valor comenta a
respeito da composição do Congresso e a necessidade de negociação para
aprovação de qualquer reforma: https://www.valor.com.br/politica/5912607/psl-ou-pt-tera-de-negociar-com-centrao-para-governar.
Comentários
Postar um comentário