Forte "sell-off" continua.
Os ativos de risco estão abrindo o dia
sobre forte pressão, após uma noite de elevada volatilidade dos futuros das bolsas
nos EUA. Na esteira do movimento de ontem, as bolsas na Ásia apresentaram forte
queda, na ordem de 3% a 5%. Neste momento, o S&P futuro apresenta queda de
1%. As commodities metálicas não preciosas operam em forte queda, a despeito de
um movimento de dólar mais fraco no mundo. As taxas de juros no mundo
desenvolvido apresentam fechamento de taxa, em um movimento clássico de “risk-off” (https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/10/risk-off_10.html).
No final da tarde de ontem, Trump foi
a uma rede social criticar a postura do Fed em seu processo de normalização
monetária, colocando a culpa no “sell-off” na postura do Banco Central. Eu
diria que dado o perfil do Presidente, este movimento era esperado.
Na agenda do dia o destaque ficará por
conta da divulgação do Core CPI. Um número acima de 0,2% MoM colocará a estratégia
do Fed de gradualismo na condução do aperto monetário em cheque e poderá dar
mais ímpeto ao movimento negativo dos mercados. Um número abaixo deste valor
pode vir a ajudar a estabilizar o humor no curto-prazo.
No Brasil, a primeira pesquisa oficial
para o segundo turno das eleições mostrou uma grande diferença em favor de
Bolsonaro (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/datafolha-mostra-bolsonaro-com-58-e-haddad-42-na-largada-do-2o-turno.shtml),
como acredito ser amplamente esperado após o primeiro turno. Acredito que o
foco do mercado neste momento seja, primeiro, os desenvolvimentos externos (a
floresta) e, segundo, a capacidade de governo e a agenda positiva de um
eventual governo Bolsonaro (as arvores). (https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/10/as-arvores-e-floresta-forte-sell-off-na.html).
Noticias como a seguinte deverão se
tornar mais corriqueiras: https://www.valor.com.br/brasil/5916561/uma-reforma-fatiada-para-previdencia.
Hoje foi a
vez da Suêcia divulgar uma inflação mais elevada e reforçar a necessidade de um
processo de normalização monetária. Como tenho insistido neste fórum, acredito
que estamos em uma nova fase do ciclo econômico, em que o crescimento talvez
tenha feito sei pico e a inflação tenha feito seu piso. Assim, poderemos
conviver com um crescimento global mais brando, mesmo que longe de uma recessão
(ainda), uma inflação ascendente e a necessidade de continuidade do aperto nas
condições financeiras e monetárias por parte dos principais bancos centrais ao
redor do mundo.
Como
viemos de 10 anos de exuberância, é natural que a medida que este ambiente
fique mis claro, o mercado precise se ajustar via fluxos e preços a essa nova
realidade. Isso não costuma acontecer de um dia para outro, ou de um mês mais
para outro, em linha reta, mas em um processo longo e tortuoso.
Comentários
Postar um comentário