Deterioração dos ativos de risco se intensifica.
Os ativos de risco voltaram a operar
sob pressão, liderados pela queda dos índices futuro de bolsas dos EUA. Os
resultados corporativos da Amazon e da Google, na tarde de ontem (comentados
aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/10/eua-resultados-corporativos-em-foco.html)
estão sendo os grandes responsáveis por esta nova rodada viés negativo dos
ativos de risco.
Vale lembrar que o setor de tecnologia
foi o grande responsável pela alta das bolsas dos EUA ao longo dos últimos
anos. Assim, é natural supor que o arrefecimento das expectativas em torno
deste setor ajuda a colocar algum teto no movimento altista, além de trazer
períodos de ajuste de preços e posições, até que um novo patamar de equilíbrio
seja encontrado. Me parece que estamos no meio deste ajuste. Olhando de hoje,
parece difícil fazer qualquer previsão mais concreta de até onde irá este
movimento.
Neste pano de fundo, tenho tentado focar
em alguns vetores econômicos e técnicos com o intuito de tenta ter uma maior
noção em relação a extensão desta rodada negativa dos ativos de risco (vide
aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/10/algumas-coisas-mudaram.html).
Enquanto estes vetores não forem endereçados, acho difícil que está tendência
seja revertida de maneira estrutural. Movimentos pontuais e localizados de alta
serão vistos e estarão presentes, mas, por ora, a tendência parece negativa.
No Brasil, a pesquisa Datafolha
mostrou um estreitamento na diferença de votos entre Jair Bolsonaro e Fernando
Haddad, com Bolsonaro mantendo ainda uma confortável vantagem em comparação a
Haddad. O mercado pode se assustar um pouco com o número, especialmente em um
dia de dinâmica negativa ruim no exterior, mas vejo pouca mudança no quadro
eleitoral.
Em entrevista a rádio, Bolsonaro
afirmou que pretende apresentar sua reforma da previdência o ano que vem. Afirmou
que irá cortar benefícios, mas que sua reforma manterá uma previdência
diferenciada para algumas classes. Ele não apontou detalhes de seu plano.
Na mesma entrevista, o candidato
afirmou que pretende promover privatizações, as que setores estratégicos como
Caixa Econômica Federal, BB, setor elétrico, setor energético, Petrobrás,...,
não sairão das mãos do Estado.
Segundo Claudia Safatle, do Valor
Econômico, está praticamente certo que Ilan continue na presidência do BCB, com
mandato fixo e independência.
Continuo acreditando que o eventual
governo Bolsonaro poderá trazer avanços importantes para a economia e as
reformas. Contudo, acredito que alguns pontos de seu plano ainda são muito vagos
e, em alguns casos, “a conta ainda não fecha”. Acredito que o mercado deu um
benefício da dúvida grande a seu governo, retirando muito prêmio da curva de
juros e do dólar. Reforço que vejo amplo espaço para otimismo. Vejo excelentes
intensões na agenda econômica, mas os preços atuais não condizem com os risco
do cenário local e externo.
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