Risk-On!


O destaque do dia ficou por conta da forte alta dos índices de bolsa dos EUA, que acabaram dando um tom mais positivo para os demais mercados globais e ativos de risco. Destaque para os resultados corporativos positivos de Goldman Sachs, Morgan Stanley e, agora a tarde, Netflix, com essas ações apresentando reação bastante positiva aos resultados.

Eu não vejo grande mudanças estruturais no cenário macroeconômico, com os principais vetores de detração do humor ainda presentes: Normalização monetária global, orçamento na Itália, fragilidade da economia e dos mercados da China, incerteza envolvendo o Brexit, sinais de arrefecimento do crescimento global ex-EUA (vide o ZEW na Alemanha) e etc.

Contudo, após os índices de bolsa dos EUA apresentarem forte queda na última semana, é natural supor que algum valor tenha sido criado nesta frente (como comentei aqui: https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/10/sobre-bolsa-norte-americana.html) e que o mercado ficasse mais reativo ao cenário microeconômico.

Acredito que a temporada de resultados será fundamental para o suporte adicional (ou não) das bolsas dos EUA, mas o cenário econômico precisará ser endereçado para o bom desempenho dos demais ativos de risco.

No Brasil, a reboque do cenário internacional, e com a “lua de mel” do mercado com o provável governo Bolsonaro, o dia foi de forte alta da bolsa com flattening adicional da curva de juros.

Nos EUA, o JOLTs Job Opening atingiu o seu pico histórico, reforçando um quadro de “overheating” do mercado de trabalho. Não há sinais de necessidade do Fed interromper o seu ciclo de normalização monetária. Muito pelo contrário, os números apontam na direção de continuidade do ciclo, com as taxas de juros eventualmente atingindo níveis acima da taxa neutra.

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