Sem alívio por parte do Fed.
No cenário externo, o destaque ficou por conta das
Minutas do FOMC. O documento confirmou as sinalizações recentes do Comitê. De
maneira geral e resumida, a economia dos EUA continua mostrando desempenho
positivo, o mercado de trabalho está no pleno emprego, com o hiato do produto
fechado e com acumulo de pressões inflacionárias. Neste ambiente, é necessário
continuar em um processo gradual de normalização monetária.
Se o mercado esperava (ou espera) algum alívio
nesta frente, ou seja, uma pausa no processo de normalização monetária dos EUA,
não me parece que seja o caso, pelo menos neste momento. Muito pelo contrário,
vemos um cenário bastante parecido começando a surgir em outros países e
regiões do mundo.
Assim, mantenho meu cenário base de que estamos no
meio de um processo estrutural de normalização monetária global, que deve
reduzir a liquidez no mundo, criando momentos de maior incerteza, volatilidade
e turbulência para os ativos de risco em geral.
No Brasil, os ativos locais continuam apresentando
desempenho fenomenal, tanto em termos relativos como em termos absolutos. A “lua
de mel” do mercado com o potencial governo Bolsonaro continua a todo o vapor.
Olhando de hoje, a curva de juros média para 2019
está em 7,7% contra a Selic a 6,5%, ou seja, precificando uma alta um pouco
superior a 100bps de juros neste período. A curva longa apresentou forte
compressão, com os FRAs saindo de níveis superiores a 13% para abaixo de 11% e,
em alguns casos, abaixo de 10%.
Acredito que o próximo ciclo de juros será de alta,
mas entendo que a manutenção de uma taxa de câmbio mais baixa pode dar tempo ao
BCB antes de iniciar o processo. Vejo a curva com pouco prêmio e risco/retorno
ruim, mas entendo e respeito (mesmo não me concordando) o “momentum” positivo
do mercado. O mesmo raciocínio vale para a taxa de câmbio. Acredito que o técnico
do mercado possa explicar parte deste movimento.
Continuo vendo o mercado de renda variável como
aquele apresentando mais potencial de retorno nos atuais níveis, vis-a-vis as
demais classes de ativos.
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