Relatório Semanal de Asset Allocation:
Cenário
Econômico:
A semana
foi marcada pelo agravamento da situação político-econômica na Turquia, que
trouxe reverberações para os ativos de risco em geral, mas em especial
para os ativos emergentes, como os do Brasil.
No cenário
local, não vimos mudanças substanciais de cenário. O ambiente político continua
extremamente nebuloso e indefinido. Não houve novidades neste cenário. Se algo
pode ser dito, é que continuamos diante de um pano de fundo de enorme incerteza
política interna, em meio a um quadro de fragilidade dos fundamentos
econômicos.
Os ativos
de risco tiveram uma semana de forte pressão negativa, com um movimento
clássico de risk-off. Bolsas e commodities em queda, dólar forte no mundo e
depreciação dos ativos emergentes.
O “trigger” para o movimento parece estar sendo a rápida e acentuada depreciação (adicional) da Lira (TRY) na Turquia.
Contudo, sinais de problemas idiossincráticos em vários países e classes de ativos já vinham sendo percebidos (e comentados neste fórum) há algumas semanas. Apenas para citar alguns: forte depreciação da moeda da China e queda de seus índices de bolsa, problemas na Itália, a própria Turquia, uma acentuada depreciação do Cobre e etc.
Estes vetores estavam sendo vistos como pontuais e localizados, mas passaram a gerar um contágio em maior escala ao longo da semana.
O pano de fundo para este ambiente, na nossa visão, é a redução da liquidez global através do processo de normalização monetária das economias desenvolvidas, um processo que deverá perdurar ainda por algum tempo, caso nosso cenário base esteja correto.
Assim, continuamos a ver um ambiente externo mais desafiador no horizonte relevante de tempo, com os ativos de risco mantendo um perfil de "stop-and-go", ou seja, momentos de aparente tranquilidade sendo seguidos por janelas de incerteza, volatilidade e pressão negativa nos ativos de risco em geral.
Em relação a Turquia, espera-se que alguma medida mais concreta seja tomada, assim como foi feito na Argentina, que recorreu ao FMI para tentar estabilizar sua situação econômica e financeira.
A diferença, neste caso, é que ao contrário da Argentina, que tem um governo mais liberal e pragmático, o governo turco é um pouco mais heterodoxo. Além disso, a economia turca é um pouco mais relevante para o mundo emergente e sua presença é mais perceptível nas carteiras de investimentos globais, além de exercer um importante papel geopolítico. A exposição dos bancos europeus ao país também aparenta ser mais relevante em termos nominais (fala-se em algo em torno de US$100bi).
O “trigger” para o movimento parece estar sendo a rápida e acentuada depreciação (adicional) da Lira (TRY) na Turquia.
Contudo, sinais de problemas idiossincráticos em vários países e classes de ativos já vinham sendo percebidos (e comentados neste fórum) há algumas semanas. Apenas para citar alguns: forte depreciação da moeda da China e queda de seus índices de bolsa, problemas na Itália, a própria Turquia, uma acentuada depreciação do Cobre e etc.
Estes vetores estavam sendo vistos como pontuais e localizados, mas passaram a gerar um contágio em maior escala ao longo da semana.
O pano de fundo para este ambiente, na nossa visão, é a redução da liquidez global através do processo de normalização monetária das economias desenvolvidas, um processo que deverá perdurar ainda por algum tempo, caso nosso cenário base esteja correto.
Assim, continuamos a ver um ambiente externo mais desafiador no horizonte relevante de tempo, com os ativos de risco mantendo um perfil de "stop-and-go", ou seja, momentos de aparente tranquilidade sendo seguidos por janelas de incerteza, volatilidade e pressão negativa nos ativos de risco em geral.
Em relação a Turquia, espera-se que alguma medida mais concreta seja tomada, assim como foi feito na Argentina, que recorreu ao FMI para tentar estabilizar sua situação econômica e financeira.
A diferença, neste caso, é que ao contrário da Argentina, que tem um governo mais liberal e pragmático, o governo turco é um pouco mais heterodoxo. Além disso, a economia turca é um pouco mais relevante para o mundo emergente e sua presença é mais perceptível nas carteiras de investimentos globais, além de exercer um importante papel geopolítico. A exposição dos bancos europeus ao país também aparenta ser mais relevante em termos nominais (fala-se em algo em torno de US$100bi).
Tudo isso
acontece em um contexto de redução da liquidez global. O Core CPI de julho,
divulgado nos EUA, mostrou uma alta de 0,243% MoM e 2,4% YoY, reforçando o
cenário de alta gradual da inflação. Diferente do passado recente, não parece
haver espaço, pelo menos ainda, para o Fed alterar a sua postura, ou seja, sair
do seu processo de normalização monetária, para tentar estabilizar uma situação
global exógena à sua economia.
Neste contexto, podemos esperar a continuidade de
um cenário de incerteza e volatilidade, com eventuais “flash crashes” ocorrendo
de maneira mais corriqueira do que no passado recente. Apenas esse ano, já
vimos situação semelhantes na Argentina, Turquia, Itália, China, por conta do
cobre, do Facebook, da Netflix...apenas para citar alguns exemplos.
O Brasil está inserido neste contexto global e não
está imune a este ambiente. Para piorar, estamos entrando em um momento crítico
das eleições sem que haja um cenário claro delineado para a política interna.
Continuamos com uma visão externa cautelosa e com
posições que expressam esta visão, a despeito da relativa (ou aparente)
estabilidade que alguns mercados podem ter demonstrado ao longo de julho e
deste começo de agosto.
Diante
de todo o exposto, optamos por não alterar nossas recomendações mais neutras
para os portfólios que visam o longo-prazo, buscando o ganho de alpha em
posições ou alocações mais específicas.
Alocação/Estratégia:
Juros
- Preferimos estar neutros nas curvas nominais e reais de juros,
pois vemos o risco/retorno como não atrativo. Já não temos mais a convicção de
que os juros ficarão mais baixos por muito tempo, a despeito do cenário de
inflação corrente bastante contida.
Câmbio
- Continuamos sem recomendações estruturais para o mercado de
câmbio. O menor carrego da moeda, o cenário externo mais desafiador e o cenário
eleitoral ainda indefinido deverão manter o câmbio com elevada volatilidade e
em patamares mais depreciados do que o imaginado anteriormente.
Renda
Variável/Bolsa - Assim como no mercado de juros, preferimos estar com posições
neutras (ou em torno da média) no mercado de renda variável. Estamos optando
por fundos com menor “beta” ao mercado e que priorizem ações de valor e/ou com
boa previsibilidade de resultados, como alguns fundos de dividendos.
Fundos
Estruturados - Continuamos com recomendações acima da média para fundos
multimercados. Gostamos de gestores que historicamente conseguem gerar “alpha”
em mercados externos, e/ou que mostrem menor dependência a temas específicos,
como a queda de juros no Brasil.
Fundos
de Investimento no Exterior - Finalmente, acreditamos
que existe espaço para fundos de investimento no exterior com viés neutro ao
“beta” do mercado, como fundos long-short neutros, fundos macro, CTA e etc, nos
quais a escolha do gestor seja um gerador maior de retorno do que a direção do
mercado em si.
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