Brasil: Pesquisa eleitoral mostra cenário de incerteza.


A noite foi de estabilização dos mercados na China, com o CNY operando sem grandes movimentações, porém com forte alta das bolsas. Na Turquia, contudo, o TRY voltou a mostrar acentuada (2,5%) depreciação esta manhã, atingindo, novamente, seu ponto mais baixo (ou depreciado) da história. Os mercados financeiros globais continuam olhando este tipo de dinâmica como pontual e localizada, sem sinais claros de contágio para o resto do mundo.
Na agenda do dia, o destaque ficará por conta do PPI nos EUA, que será uma prévia menos importante do que o Core CPI esperado para amanhã. Este sim, com capacidade de determinar a dinâmica dos ativos de risco nos próximos dias ou semanas, quiçá meses.
No Brasil, os ativos locais apresentaram ontem mais um dia de desempenho relativo pior do que os seus pares. Desta vez, uma pesquisa eleitoral para presidente, em São Paulo, realizada pela CNT\MDA pode ser vista como responsável pelo movimento.
De acordo com a pesquisa, Lula continua liderando a corrida eleitoral quando seu nome é colocado na base. Sem Lula, Bolsonaro lidera com cerca de 4pp percentuais a frente de Alckmin. Alckmin é seguido de Haddad e Ciro, cerca de 4pp atrás. Importante ressaltar que Haddad aparece com cerca de 8pp e Manuela D`Avila com cerca de 1,7pp. Se somados os dois, cuja coligação foi anunciada há alguns poucos dias, ambos somam cerca de 10pp, ficando em terceiro colocado, apenas levemente atrás de Alckmin. Isso sem contar que não houve uma campanha de Lula em favor desta “nova” chapa, com potencial relevante de boa transferência adicional de intenções de voto.
Por ser o maior colégio eleitoral do país e o berço do PSDB há anos, uma vitória de Alckmin em São Paulo é indispensável para leva-lo ao segundo turno. Por ora, seu desempenho nas pesquisas no Estado ainda não mostra um quadro favorável para o seu desempenho.
A pesquisa confirma um cenário eleitoral de incerteza e inalterado, sem mudanças relevantes, que já prevalece há meses, mesmo com tudo que já foi promovido na mídia, em favor e contra vários dos candidatos.
Entendo que a campanha eleitoral ainda não começou. Que as coligações são recentes e que o programa eleitoral e a campanha em si podem fazer uma diferença grande de agora em diante. Contudo, por ora, a fotografia da situação ainda não é animadora para um mercado local que sonha com um candidato mais ao centro, liberal e reformista. Isso explica os recentes movimentos dos ativos locais.

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