Risk-On!
O dia foi de otimismo generalizado. O
destaque ficou por conta do anuncio preliminar de um acordo comercial entre os
EUA e o México. O anúncio ajudou a continuidade do processo de apreciação do
MXN, mesmo levando em conta que, em parte, era esperado e os investidores já
pareciam posicionados para esta conclusão.
A estabilização de alguns problemas idiossincráticos,
como a situação da China, os problemas na Turquia (a despeito da depreciação de
cerca de 2% da moeda), o avanço do acordo com o México, ajudaram a dar um tom
mais positivo aos ativos de risco de maneira geral.
No Brasil, o dia foi bom desempenho
da Bolsa e alguma apreciação do Real (BRL), mesmo que bastante tímida para o
tamanho da depreciação sofrida nos últimos dias. O mercado de juros apresentou
desempenho que pode ser considerado mais pífio diante da recuperação dos demais
mercados e de seus pares globais.
Continuo trabalhando com um cenário
desafiador para os ativos do Brasil até as eleições, a não ser que o cenário
eleitoral se torne mais claro a medida que a campanha ganhe corpo. Por ora,
continuo a ver cerca de 4 a 5 candidatos muito competitivos e que manterão o
cenário político e, consequentemente, o cenário eleitoral, bastante nebulso. Mantenho
minha visão descrita neste fórum nos últimos dias em relação a posicionamento: https://mercadosglobais.blogspot.com/.
No campo econômico, as contas
externas mostraram forte fluxo de entrada na conta capital, para renda fixa e
renda variável, em julho. É inegável que este fluxo ficará em risco caso o
processo eleitoral caminhe para uma direção vista pelo mercado como mais
negativa. Parte disso pode explicar a depreciação cambial e a pressão negativa
nos ativos locais ao longo do mês de agosto. Por outro lado, percebemos que
existe fluxo reprimido para Brasil caso tenhamos uma conclusão vista pelos
investidores como mais positiva do ponto de vista econômico.
Os índices de bolsa dos EUA estão
fazendo novos picos recentes. Neste momento, os problemas globais parecem estar
canalizando recursos para a economia dos EUA que, por ora, apresenta um cenário
de crescimento sólido, inflação que sobe apenas gradualmente, um banco central
sem pressa em normalizar sua política monetária e face a um mundo que apresenta
problemas diversos.
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