Sem novidades relevantes.
Vou tentar não soar como uma vitrola
quebrada e fazer uma análise rápida dos principais eventos e seus
desdobramentos no dia de hoje:
China – Não houve novidades nessa frente, exceto pela dinâmica terrível do CNY,
Bolsas Locais e das commodities em geral (metálicas e petróleo). Comentei mais
a fundo sobre o tema nos últimos dias (https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/08/turquia-e-china-sintomas-de-uma-mesma.html).
Uma estabilização do humor em relação
ao país só será possível com dados mais claros de estabilização da economia. Crescem
as dúvidas em relação a capacidade do policy maker em estabilizar a economia em
meio a um cenário externo mais desafiador e um ambiente interno de maior
alavancagem.
Turquia – As recentes medidas anunciadas pelo país tornaram mais caras, ou talvez
até inviáveis, as apostas contra a moeda (TRY). Isso explica a forte apreciação
nos últimos dias. Contudo, não houve nenhum avanço na direção de endereçar de
fato os problemas estruturais da economia. O anuncio de US$15bi de
investimentos do Catar é um passo positivo, mas muito tímido diante das
necessidades de financiamento do país.
Com a inviabilidade de promover
posições vendidas na moeda, a estruturação de hedges torna-se mais caras ou
quase impossíveis. Assim, existe um cenária da busca por hedges em outras
moedas emergentes ou outros ativos/instrumentos.
Em suma, acredito que a moeda (TRY)
deixou de ser um bom termômetro da situação local. Ainda não vi avanços
concretos na direção de ajustes que estabilizem o país de maneira mais definitiva.
Brasil – As pesquisas divulgadas hoje, assim como as demais pesquisas recentes,
mostraram um quadro de indefinição política. Nada mudou nessa frente. Não tenho
nenhuma convicção de quem ganhará as eleições.
Confesso que fiquei bastante
impressionado com o bom desempenho recente do mercado de juros local. Hoje, em
especial, o pagamento de cupom das NTN-Bs pode estar ajudando, mas continuo
vendo o mercado com pouco prêmio no geral. Continuo vendo bastante assimetria
na compra das inflações implícitas.
EUA – Os dados divulgados hoje (retail sales, industrial production, e etc)
mostraram uma economia saudável e robusto. Como ainda não vimos um aperto
substancial das condições financeiras, a despeito da crise nos países
emergentes, o Fed me parece de mão atadas, ou seja, deverá manter o seu “plano
de voo” de normalização monetária.
Posições – Reduzimos um pouco nossas alocações negativas após o movimento recente.
Seguimos comprados em inflação implícita no Brasil e operando taticamente no dólar
e nos juros. Continuamos tomados em juros nos EUA, na parte intermediária da
curva, porém com estruturas de opção compradas em volatilidade e vendidas em
bolsas dos EUA.
Continuaremos com postura mais tática
do que o habitual devido ao ambiente que se coloca a nossa frente.
Comentários
Postar um comentário