Emergentes continuam no olho do furacão.
A terça-feira foi novamente marcada
por forte pressão sobre os ativos emergentes, em especial suas moedas. Como
venho reforçando diariamente, enquanto as questões estruturais não forem
endereçadas de maneira definitiva, as melhoras de humor deverão ser curtas e
pouco acentuadas (“relief rallies”),
a despeito de níveis de preço e valuations, além de uma posição técnica mais
construtivos. Comentei sobre isso hoje pela manhã aqui, https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/08/ativos-de-risco-mais-estaveis-problemas.html
e nas últimas semanas aqui, https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/08/dolar-forte-e-pressao-nas-commodities.html.
Na minha visão, a maior restrição aos
mercados financeiros globais atualmente está no processo de normalização
monetária dos EUA. Nos últimos dias, e hoje, inclusive, observamos números que
confirmam o bom momento da economia dos EUA (O Consumer Confidence atingiu o
maior patamar em cerca de 20 anos, sem nenhum sinal de impacto negativo da
Guerra Comercial e com o sub-índice de emprego bastante robusto).
Não vejo motivos para o Fed, neste momento,
alterar seu “plano de voo”. Como comentei aqui nos últimos dias, não vi nenhum
sinal de que Powell e os demais diretores pretendem alterar a sua postura de
altas graduais de juros e redução “automático” de seu balanço, a despeito de
uma leitura (por parte do mercado), em um primeiro momento, de que o discurso
de Powell e as Minutas do FOMC teriam sido mais “dovish” (https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/08/update.html).
Neste pano de fundo, continuamos a
observar os países mais fragilizados com imensa dificuldade em estabilizar suas
economias, como é o caso da Argentina (mesmo com um importante ajuste ortodoxo
e ajuda financeira do FMI), da Turquia, da África do Sul e da China.
O Brasil está inserido neste contexto
e continua sofrendo os efeitos secundários deste processo. Não há mudanças no
quadro eleitoral.
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