Ativos de risco mais estáveis. Problemas estruturais permanecem.


Na ausência de notícias relevantes, os ativos de risco estão operando próximos a estabilidade. Destaque apenas para mais uma rodada de depreciação da moeda da Turquia (TRY). Não acredito que os problemas estruturais do país tenham sido endereçados. Assim, espero novas rodadas de pressão negativa nos ativos turcos, ate que os problemas sejam administrados de maneira correta e ortodoxa.
A despeito de alguma estabilização dos ativos de risco nos últimos dias, ainda vejo alguns obstáculos que precisam ser superados e que ainda não vejo como tendo saídos definitivamente do cenário de curto-prazo. A Turquia é apenas um desses vetores.
O mais importante deles, contudo, fica por conta da continuidade do processo de normalização monetária nos EUA. Não vejo sinais na economia americana de necessidade de interrupção do processo de alta de juros e redução do balanço. Caso isso ocorra (com crescimento mais fraco, inflação mais baixa e desaceleração mais abrupta do mercado de trabalho), será um alívio mais duradouro para os ativos de risco que vêm sofrendo nos últimos meses, como os ativos emergentes e as commodities.
Ainda temos a desaceleração da economia da China que, desta vez, parece mais estrutural, mais acentuada e um pouco mais grave do que na história recente, despeito do esforço do governo para conter este processo e torna-lo mais gradual, evitando cenários de ruptura.
Neste contexto, o Brasil segue em um processo eleitoral indefinido. Não há novidades, na margem, nesta frente. O Jornal Nacional, um dos programas de maior audiência da TV aberta, iniciou ontem a entrevista com candidatos a presidente com Ciro Gomes. A despeito do tom belicoso dos entrevistadores, Ciro se saiu bem em sua aparição, mas nada que mude o cenário eleitoral de forma relevante.
Nos atuais níveis de preço, continuo com baixa exposição a risco no Brasil. Os preços me parecem mais justos em relação aos riscos. Sigo com pequena posição comprada em inflação implícita e um pouco de call-spread de Ibovespa para o vencimento de outubro. No cenário internacional, continuo tomado em juros nos EUA com hedges em estruturas de opção de índices de bolsa. Não tenho visão clara em relação ao câmbio\dólar no mundo.

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