Mais do mesmo: EUA forte, EM fracos. "Relief Rally" no Brasil.
A despeito de alguns movimentos
relevantes ao longo desta quarta-feira observamos, basicamente, um pouco de “mais
do mesmo” nos mercados financeiros globais, sem qualquer tipo de mudança
substancial de cenário. Apenas para citarmos algumas questões de maneira
resumida:
Brasil – Observamos o que gosto de chamar de “relief rally”. O destaque ficará
para as pesquisas eleitorais a serem divulgados nos próximos dias e para o
início do debate eleitoral.
Seguimos com baixa alocação a risco
no país, comprados em inflação implícita e com um hedge via calls-spreads de
Ibovespa. Mantemos postura tática, flexível, sem viés, até que o cenário
eleitoral se torne mais claro e/ou o cenário externo ofereça alguma mudança
substancial de panorama.
Argentina – O país viveu mais um dia de forte depreciação da moeda (ARS), que
chegou próxima a 8% e aos patamar de 34,0 em relação ao dólar. Mesmo com um
pacote de ajuda financeira preventiva de US$50bi junto ao FMI e com políticas
fiscais e monetária ortodoxas, o país continua vivendo um calvário para
estabilizar sua economia.
Continuo vendo este tipo de dinâmica,
assim como em outros países (vide abaixo) apenas como o mesmo sintoma no mesmo
problema, que é a normalização monetária por parte dos EUA (https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/08/dolar-forte-e-pressao-nas-commodities.html).
Turquia – A moeda do país apresentou depreciação de cerca de 3%. Tenho insistido
no ponto de que sem adotar as medidas econômica adequadas, o país continuará a
ter problemas estruturais e qualquer estabilização será pontual. Por ora, não vemos
o governo caminhar na direção de políticas mais ortodoxas, ou seja, o cenário
base enseja a continuidade do cenário de deterioração, até que as medidas
corretas e estruturais sejam adotadas.
EUA – A revisão do PIB do 2Q divulgada hoje apenas confirmou o bom momento da
economia, com crescimento de 4,2% no trimestre e anualizado. Amanhã a agenda
será importante, com a divulgação do Core PCE – índice de inflação predileto do
Fed – que deverá mostra a inflação em torno da meta. Este pano de fundo deverá
manter o banco central dos EUA no seu “plano de voo” de normalização monetária,
o que vem sendo a principal restrição ao bom desempenho dos mercados
financeiros globais (exceto no tocante as bolsas norte americanas). Uma mudança
neste panorama seria uma grande novidade ao cenário, com potencial de gerar uma
revisão e uma mudança na dinâmica dos mercados.
China – O país está um pouco fora do foco de curto-prazo, mas dentro de todo o
ambiente citado acima, continua em situação que demanda cautela. As medidas recém
implementadas devem ajudar a estabilizar a economia, mas ainda me parece cedo
para termos uma resposta definitiva em relação ao real estado do país.
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