EM Rout. Time for some contagion...
Os ativos de risco estão abrindo a
manhã em tom negativo, liderados por mais uma rodada de depreciação das moedas
emergentes. A novidade do dia, pelo menos por enquanto, é que estamos
observando os primeiros sinais de contágio da deterioração dos ativos emergentes
para outros mercados financeiros globais.
A moeda da China (CNY) voltou a
depreciar, com a bolsa do país em queda, ou seja, não há sinais de uma
estabilização definitiva no país. A moeda da Turquia (TRY) segue em forte
depreciação (vale ler o que tenho escrito diariamente sobre isso: https://mercadosglobais.blogspot.com/),
agora seguida de perto pela África do Sul (ZAR). Será importante observamos a
dinâmica na Argentina e de sua moeda (ARS) após a depreciação de quase 8%
ontem.
O movimento de contágio ainda é
tímido mas, na minha visão, pode ganhar corpo caso não haja a efetivação de
medidas concretas para frear a deterioração em alguns países e\ou uma mudança radical
de cenário como, por exemplo, dados mais fracos de inflação nos EUA ou sinais
mais evidentes de desaceleração da economia, o que poderiam levar o Fed a uma
reavaliação de seu processo de normalização monetária. Por ora, não há indícios
de nenhum desses vetores, o que aponta para o risco de um maior contágio
global.
A agenda do dia será extremamente
relevante, com destaque para o Core PCE de julho, cujas expectativas apontam
para uma alta de 0,2% MoM e 2,0% YoY, no centro da meta do Fed.
No Brasil, destaque para a pesquisa
da Poder360 (https://www.poder360.com.br/datapoder360/datapoder360-potencial-de-voto-de-haddad-apoiado-por-lula-e-de-ate-34/).
Não vi nenhuma mudança de cenário. Assim, fica mantido o cenário de incerteza
eleitoral, com Lula liderando as pesquisas e Bolsonaro consolidado em segundo lugar.
Existe uma perspectiva em torno de 30% a 40% de transferia de votos de Lula
para Haddad.
Como tenho comentado aqui da
participação dos candidatos no Jornal Nacional da Globo, vale uma breve análise
de Alckmin. A primeira metade do programa Alckmin foi duramente questionado
sobre suas alianças políticas e as acusações de corrupção que pesam sobre
pessoas de seu partido, seus aliados e de sua orbita. O candidato apresentou
dificuldades em navegar neste terreno. A segunda metade da entrevista Alckmin
mostrou maior traquejo, demonstrando os feitos atingidos em seus governos em
São Paulo, em diversas áreas da administração pública. Acredito que a
entrevista tenha sido neutra, dificilmente ajudou o candidato a angariar votos,
mostrou seu ponto fraco mas não me parece que comprometeu seus votos
existentes. De qualquer maneira, mostra como será difícil sua candidatura
decola.
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