Cenário sem alterações. Riscos continuam evidentes.

Os dados econômicos divulgados ontem nos EUA continuam mostrando uma economia com crescimento robusto (Chicago PMI, Consumer Confidence) e acumulo de pressões inflacionárias (Core PCE, Employment Cost Index), mas sem que haja uma aceleração mais rápida e acentuada da inflação, pelo menos neste momento. 

Os números em nada alteram o pano de fundo para a continuidade do processo de normalização monetária de curto-prazo, que ainda vejo como uma restrição para a apreciação adicional dos ativos de risco ao longo deste ano.

No início da noite de ontem, a Bloomberg reportou que os EUA estariam pensando em elevar de 10% para 25% as tarifas sinalizadas para cerca de US$200bi em importações da China. De acordo com o WSJ, as negociações entre os dois países estariam mostrando poucos avanços.

O momento de crescimento robusto, exuberância do mercado financeiro e algumas "vitórias" nas negociações com Europa e NAFTA, devem dar ímpeto aos EUA em manter uma postura mais dura junto as negociações comerciais com a China. Não vejo o porque, do ponto de vista dos EUA (não que eu ache certo ou errado), mudar esta postura mais dura neste momento. Talvez a situação precise piorar antes de melhorar neste quesito.

Na China, a noite foi de forte queda das bolsas e nova depreciação do CNY. Os sinais de fragilidade continuam evidentes. Nesta manhã, a mídia está reportando que os policy makers estão acelerando os esforços para dar sustentação a economia, agora com o foco no aumento dos empréstimos.

Na Europa, os números recentes (PIB, CPI) mostraram um crescimento ainda saudável, porém mais baixo, e uma inflação mais elevada. Alguns efeitos pontuais podem estar pressionando a inflação para cima, mas este mix de menor crescimento e maior inflação deixa a região em uma situação menos confortável no curto-prazo.

Não há novidades relevantes no Brasil. As pesquisas eleitorais divulgadas nos últimos 2 dias mostram um quadro inalterado, sem mudanças substanciais de panorama. Como comentado na manhã de ontem (https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/07/sem-mudancas-significativas-no-japao.html) alguns resultados corporativos pressionara negativamente o Ibovespa ontem, o que acabou afetando o humor no mercado de câmbio e levando a um steepening da curva de juros.

Na agenda do dia, destaque para o ADP Employment, ISM Manufacturing e decisão do FOMC, todos nos EUA.

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