Brasil: A dinâmica mostra um mercado sem prêmios.

A terça-feira foi de poucas novidades relevantes no cenário externo. Dois vetores precisam ser acompanhando nessa etapa final da semana. Primeiro, o quão sustentável será a estabilização dos mercados na China. Segundo, os indicadores de inflação nos EUA, com o Core CPI sendo o destaque na sexta-feira.

O destaque do dia, assim, ficou por conta da dinâmica dos mercados no Brasil. Eu diria que o dia de hoje marcou definitivamente o período eleitoral, onde a sensibilidade dos ativos locais ficará maior e mais elasticidade a qualquer notícia (ou rumor) nesta frente. É verdade que o anúncio do apoio do Centrão a Alckmin ajudou os ativos locais, porém em meio a um contexto externo favorável que tornou difícil diferenciar o quanto da recuperação dos ativos brasileiros foi fruto de questões locais e o quanto da situação externa.

Hoje, os mercados locais abriram otimistas, seguindo o humor global e na ausência de notícias locais relevantes. No início da tarde, contudo, começaram a apresentar rápida e acentuada deterioração. 

Especula-se que um rumor, de uma possível delação premiada, de um possível aliado de Alckmin viria a tona e colocaria o nome do candidato a presidente do PSDB nos holofotes de maneira negativa. 

Não se sabe ao certo se este foi o real motivo da deterioração dos ativos locais. O que me chamou mais a atenção foi a magnitude e velocidade de deterioração em cima de um simples rumor, de uma suposição de algo bastante abstrato. A dinâmica do mercado mostrou, ou talvez tenha comprovado, como o mercado está sensível e, talvez, sem muito prêmio para eventuais "cenários de cauda".

O mercado de juros, com a parte intermediária e longa da curva abrindo mais de 20bps dos lows de taxa do dia, me pareceu o tecnicamente mais complicado e com pouquíssimo prêmio. A dinâmica diz muito deste mercado. A bolsa apresentou até comportamento positivo no relativo com as demais classes de ativos.

De maneira geral, continuo sem convicção em relação ao resultado final das eleições.

As Notas do Copom reforçaram o "plano de voo" do BCB de manter os juros estáveis no horizonte relevante de tempo, mas com flexibilidade de atuação em mudanças bruscas de cenário.

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