Brazil: From “Denial” to “Reality”.


O dia foi de acentuada deterioração dos ativos no Brasil, mesmo com o bom desempenho dos mercados internacionais.

No âmbito externo, sigo gostando da posição tomada em taxas de juros na parte intermediária da curva dos EUA, com hedges em estruturas de opção baixistas de akguns índices de bolsa. Não acredito que o Fed irá “piscar primeiro”, ou seja, que o cenário atual enseja a necessidade de uma interrupção do processo de normalização monetária. A economia dos EUA é bastante fechada e suas condições internas ainda vislumbram a necessidade de continuidade do processo de normalização monetária, o que deixará o ambiente internacional ainda desafiador por algum tempo.

No Brasil, as últimas pesquisas eleitorais colocaram os investidores com os “pés mais no chão”. A expectativa (ou torcida, como vinha apontando neste fórum) de um cenário mais claro e um candidato mais reformista ganhando corpo não está acontecendo. Isso ocorre em um ambiente internacional mais desafiador e com muitos investidores ainda posicionados para uma melhora dos ativos locais. Assim, com um externo pior, um quadro técnico ainda comprometido e um cenário local desafiador, vimos uma forte deterioração dos ativos locais nos últimos dias.

Neste momento, minha visão ainda é cautelosa e negativa. Contudo, vejo menos assimetria de preços nessa direção, pelo menos no curto-prazp. Assim, optamos por reduzir nossa exposição nesta direção ao longo do dia de hoje, mas mantendo uma posição “core” cautelosa no Brasil, basicamente com uma posição comprada em inflação implícita, menor do que antes. Zeramos na exposição tomada em juros na parte curta/intermediária da curva de maneira tática. Manteremos postura mais tática do que o habitual devido ao cenário de incerteza local e a expectativa de manutenção de um ambiente de volatilidade elevada.

No cenário externo, destaque para as Minutas do FOMC amanhã. No Brasil, continuaremos a mercê do cenário político e do cenário externo.

Na China, vimos novas medidas de afrouxamento monetário. Será importante acompanhar se a implementação das medidas recentes serão suficientes para estabilizar a dinâmica de preços no país.

A Itália continua debatendo sua situação fiscal, o que pode ser foco de tensão nos próximos dias.

Em uma semana de feriado, a Turquia saiu um pouco do foco, mas sua situação segue delicada e seus problemas estruturais não foram debelados.

A queda do dólar nos últimos dias é fruto de uma posição técnica comprometida e acabou sendo iniciada por comentários de Trump contrários a alta de juros por parte do Fed, como comentei mais cedo (https://mercadosglobais.blogspot.com/2018/08/brasil-pesquisas-eleitorais-confirmam.html).

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