Sem grandes novidades.

O final de semana não trouxe efetivamente nenhuma informação nova ao cenário econômico e/ou político, nem no âmbito  local e nem no âmbito externo.

No Brasil, a mídia continua tentando antecipar o pleito eleitoral do ano de 2018, com suposições de candidatos, alianças e afins. A cobertura da possível Reforma da Previdência continua em segundo plano. Temer sinalizou com uma possível reforma ministerial, com olhos na aprovação da Previdência, e já tendo em vista as possíveis alianças para 2018.

Vejo o cenário local como estável, a despeito da forte piora nos preços dos ativos brasileiros nas últimas semanas. Não vejo nenhum “desequilíbrio” de curto-prazo. Acredito que seja cedo para precificar qualquer cenário político. Meu maior receio continua sendo os desenvolvimentos externos.

O grande destaque da semana, no âmbito econômico, ficará por conta do Core CPI nos EUA e dos dados de atividade econômica na China. Estes são os dois vetores capazes de alterar, de maneira significativa, o cenário econômico global.

O primeiro, trazendo números mais elevados de inflação, levando a uma abertura mais rápida e acentuada da curva de juros nos EUA, e dando combustível a deterioração dos ativos de risco ao redor do mundo. O segundo, na forma de uma desaceleração mais acentuada do crescimento chinês, após o Congresso do partido. Uma desaceleração da economia já é esperada, mas a magnitude desta desaceleração precisa ser observada.

Neste momento, nenhum dos cenários descritos acima são cenários base, mas riscos no horizonte, com probabilidades baixas, mas com impactos relevantes caso ocorram. A inflação nos EUA apresenta probabilidade maior de ocorrência.

Dois outros eventos precisam ser monitorados. A situação na Arábia Saudita é fluida, porém tensa. Tenho quase nenhuma vantagem comparativa para comentar a situação no país. Contudo, desenvolvimentos mais avançados nesta frente podem afetar o preço do petróleo e acabar gerando algum contágio ao redor do mundo. A quantidade de recursos que foi congelado também pode afetar a dinâmica de alguns ativos de risco globais, já que muitos dos indivíduos que estão sendo acusados (e em alguns casos presos) detêm grande quantidade de investimentos ao redor do mundo.

Finalmente, precisamos monitorar o começo do processo de redução do balanço do Fed, que pode estar começando a gerar movimentações em alguns mercados. A piora no mercado de High Yield Bonds, o começo de um processo de steepening da curva de juros são apenas alguns exemplos de final de ciclo que precisamos estar atentos.

Neste ambiente, continuo buscando alocações em ativos no Brasil, com uma postura muito tática nos tamanhos e instrumentos utilizados. Sigo comprado em volatilidade de Rates, Equities e FX, especialmente nos EUA.


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